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Meteoro cortou sertão a 72 mil km por hora, diz astrônomo

Publicado em Notícias por em 17 de julho de 2020

Nessa intensidade,  tão brilhante, fenômeno acontece no máximo 15 vezes por ano no mundo, diz Marcelo Zurita

O astrônomo Marcelo Zurita, da ONG Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon), falou à CNN, nesta quinta-feira (16), sobre o meteoro brilhante que foi visto no céu do Nordeste.

O fenômeno, que entrou na atmosfera perto da cidade de Serra Talhada, no Pernambuco, foi registrado às 18h59, de quarta-feira (15), por sete câmeras do portal Clima Ao Vivo, parceiro da Bramon.

De acordo com o pesquisador, embora o evento astronômico seja corriqueiro, é mais raro na intensidade observada por alguns moradores de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Bahia. “Tão brilhante assim é um pouco mais raro. Acreditamos que uns 15 ocorreram anualmente na Terra”, estimou Zurita.

O astrônomo explicou meteoros do tipo são os mesmos que, popularmente, são chamados de estrelas cadentes, mas destacou: “Só que sabemos que eles não têm nada a ver com estrelas. Na ciência, conhecemos como meteoros ou bólidos, que é um meteoro muito intenso que chega de forma explosiva”.

Ele detalhou o que gera esse tipo de evento astronômico. “É um fenômeno que ocorre bem corriqueiramente quando um fragmento de rocha espacial penetra a atmosfera da Terra. Como está em uma velocidade muito alta, acaba aquecendo os gases atmosféricos e gerando esse fenômeno luminoso”, esclareceu ele, que lembrou que, apesar de “bastante comum, é difícil ser visto neste porte”.

Zurita ainda descreveu que, durante a passagem do bólido, “grande parte do material original é perdido, pois acaba sendo vaporizado”.

Com isso, esses meteoros dificilmente atingem o solo de forma a causar algum perigo. “Existe uma chance de que uma parte desse meteoroide resista e acabe chegando ao solo, que é quando chamamos de meteorito, mas na maioria das vezes não atingem o solo”, esclareceu.

“Isso porque o aquecimento nessa passagem atmosférica é tão grande que acaba queimando o material. Todo o fragmento acaba sendo vaporizado. Na maioria das vezes, ele vai cair no solo como uma poeirinha mesmo – o que acreditamos que seja esse o caso”, acrescentou.

Ainda assim, quanto maior o objeto, mais luminoso ele vai ser. Outro fator que conta para a intensidade do clarão é a velocidade, segundo o astrônomo, que, neste evento, foi “muito elevada”.

“Nesse caso, ele foi brilhante porque também foi bastante veloz. A gente ainda está trabalhando nesses dados, mas a velocidade dele foi superior a 20 km por segundo, o que dá uns 72 mil km/h”, informou ele.

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