Humberto Costa: "A grande ameaça do momento no país está travestida sob o manto da chamada nova política"
A “grande ameaça” do momento para o país, disse nesta terça-feira (2) o senador Humberto Costa (PT-PE), está “travestida sob o manto da chamada nova política”, cuja adoção é uma das bandeiras da campanha de Marina Silva à Presidência da República. Ele a chamou de “FHC de saias” e acusou a ex-ministra do Meio Ambiente de adotar alianças eleitorais de conveniência, apesar de dizer que não se junta a raposas políticas.
“Quais seriam, por exemplo, os rumos econômicos e uma política de um governo Marina Silva? Ela vai baixar a cabeça ao mercado financeiro, deixando a política neoliberal disseminar novamente o desemprego, a subida de preços, o aumento de impostos e o arrocho salarial. Será uma FHC de saias”, disse Costa.
“Desde que foi cunhada, essa expressão ‘nova política’ mostrou que de nova nada tinha; era mais do mesmo; era uma alegoria criada para ser vendida como novidade ao mesmo tempo em que se travestia de velhas práticas”, disse Humberto Costa.
O senador criticou também o que chamou de falta de coerência da candidata do PSB ao Palácio do Planalto. Ao mesmo tempo em que ela condena os transgênicos e a indústria de armas, o seu candidato a vice-presidente, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), recebeu contribuições eleitorais de empresas privadas desses setores.
segundo o líder do PT, o programa de governo divulgado por Marina na semana passada seria a “síntese das contradições que sua candidatura representa”. Ele classificou o programa como um conjunto de promessas que “não se aguentou 24 horas em pé” e foi modificado após pressão de grupos descontentes com o teor do programa.
“Como alguém se propõe a governar o Brasil desse jeito?” questionou o senador.
Humberto Costa ressaltou que as críticas não se tratam de qualquer veto pessoal a Marina, pois, segundo ele, todos conhecem a sua “bela história de vida”, a luta em favor da causa ambiental e o seu bom desempenho como parlamentar. “O que questiono aqui é o seu projeto para o Brasil, a 7ª economia do mundo, um país de mais de 200 milhões de habitantes, cheio de grandes complexidades que não podem ser geridas com invenções e truques, como quem tira coelho de cartola”, avalia.