Tudo tem seu tempo
Por mais que ainda possa parecer longe, hoje voltei a me dirigir aos ouvintes da Rádio Pajeú para confirmar, como já havia feito ano passado, que esse é o meu último ciclo de gestão administrativa na Rádio Pajeú, que se encerrará em dezembro.
A decisão é pessoal, na mesma linha da que me posiciona no último mandato à frente da ASSERPE, Associação de Rádio e Televisão de Pernambuco.
Assumi a Gerência de Programação da Rádio Pajeú em 1 de fevereiro de 2002, ao lado do então Gerente Administrativo, o saudoso Monsenhor João Carlos Acioly Paz. Em janeiro de 2010, com a saída do Monsenhor João Acioly, assumi a Gerência Administrativa ao lado do hoje presidente da Fundação Cultural Senhor Bom Jesus dos Remédios, padre Josenildo Nunes.
Somados, são 22 anos gerindo a emissora, mais de duas décadas, com mais cinco de comando da ASSERPE. Isso somado à minha atividade no blog, nascido há duas décadas, nas redes sociais, e com um programa diário de três horas e 15.
A decisão é exclusivamente pessoal e considera que o tempo foi suficiente para cumprir a missão para a qual fui designado. A Rádio Pajeú é uma das emissoras mais importantes do Estado, tendo ganho ainda mais dimensão e respeitabilidade com meu ciclo na ASSERPE. Tem uma programação líder, um protagonismo regional, uma equipe dentre as melhores do Nordeste, está equilibrada economicamente.
Segue o princípio de emissora feita prioritariamente para a sociedade, onde lideranças políticas com ou sem mandato prestam contas à população, e não para que se aproveitem dela. É equilibrada editorialmente, sem perder o alinhamento com as pautas da Diocese de Afogados da Ingazeira.
Mantém o único Museu do Rádio em atividade no estado e o único cinema de rua com programação regular, o Cine São José. Todos esse equipamentos em linhas gerais mantidos com recursos próprios.
Como tenho dito, seguirei minha disposição em sempre ajudar a Rádio Pajeú. Ela me deu identidade, protagonismo, relevância social. Digo que a rádio me salvou de um futuro incerto. O Rádio é uma das poucas portas que podem se abrir para alguém que teve as dificuldades que tive na juventude. Mesmo pelo trilho acadêmico, não teria a relevância que tenho. Isso se deve à Rádio Pajeú. Continuarei sendo seu soldado, como um filho que não abandona sua mãe.
Mas acho ser justo e correto dar a ela outros ares administrativos. O tempo nos acomoda. Hoje, certamente pelo caminhar de sucesso da emissora, sinto não estar mais contribuindo como alguém que venha com sangue novo.
É diferente do programa Manhã Total , que me realiza diariamente. Sendo o mesmo programa, dado seu dinamismo, todo dia é um programa novo. Nesse caso, apesar de um ano em que me ausentarei mais, dado o desafio do Fala Norte Nordeste, que a ASSERPE promoverá esse ano, minha intenção é seguir a frente desse projeto. Mas aproveitando o novo tempo para novos projetos e desafios nas minhas ferramentas digitais. E analisando outras possibilidades.
É isso. Um dos textos que mais me cativam na bíblia é o de 3:1-8, que diz que “tudo tem seu tempo”:
Para tudo há uma ocasião certa;
há um tempo certo para cada propósito
debaixo do céu:
Tempo de nascer e tempo de morrer,
tempo de plantar
e tempo de arrancar o que se plantou,
Tempo de matar e tempo de curar,
tempo de derrubar e tempo de construir,
Tempo de chorar e tempo de rir,
tempo de prantear e tempo de dançar,
Tempo de espalhar pedras
e tempo de ajuntá-las,
tempo de abraçar e tempo de se conter,
Tempo de procurar e tempo de desistir,
tempo de guardar
e tempo de jogar fora,
7tempo de rasgar e tempo de costurar,
tempo de calar e tempo de falar,
Tempo de amar e tempo de odiar,
tempo de lutar e tempo de viver em paz.