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Quanto mais corrupção, menos ela é critério para voto, diz cientista política

Por André Luis
Foto: TV Jornal

Do blog de Jamildo

“Há essa expectativa de que a corrupção seria um fator que se sobreporia a todos os outros, mas isso não é verdade e Lula é um exemplo claro disso”. Foi o que afirmou a cientista política Nara Pavão, em entrevista a Antonio Lavareda no programa 20 Minutos, que foi ao ar neste sábado (12), na TV Jornal.  “A informação sobre corrupção que as pessoas recebem não é uma informação que o eleitor vai aceitar facilmente, tem muito viés na maneira como a gente pensa. Se você é confrontado com uma informação negativa sobre o candidato que você gosta, a ideia é que você rejeite essa informação”, explicou.

Pavão afirma que “a corrupção é um problema que depende da frequência”. “Ou seja, quanto mais há corrupção, menos as pessoas conseguem utilizar a corrupção como critério de escolha. Eles não conseguem usar a corrupção como critério para diferenciar os políticos e obviamente como um critério que motiva o voto”.

Diante da crise política, a cientista política afirma que a expectativa é de que estas eleições tragam mais calmaria, mas enfatiza que não se sabe muito sobre o futuro do País.

‘Eu não acho que a instabilidade vai ser a nossa nova normalidade. Eu acho que cada campanha tem um tema que se sobrepõe, ou cada eleição tem um tema que se sobrepõe, o tema dessa campanha é renovação. As pessoas estão muito preocupadas, muito insatisfeitas com o sistema político e querendo muita renovação”, avaliou. “A demanda por renovação é na verdade uma aversão à corrupção que existe na política. Quando as pessoas querem um candidato de fora da política, eu acho que elas querem alguém que não seja corrupto”.

Fundo eleitoral e propaganda no Facebook

Para a cientista política, as mudanças no financiamento de campanha e na propaganda devem transformar as campanhas. “O que muda também é que, como a campanha será menor, talvez os candidatos usem estratégias de campanha mais fortes. A campanha negativa é uma estratégia muito eficiente”, afirmou. “Infelizmente a estratégia de campanha negativa, segundo estudos, possuem um impacto maior sobre o eleitor do que campanha positiva. Talvez isso seja um efeito colateral da mudança do financiamento de campanha”.

Pavão defendeu o financiamento público de campanhas. “Está todo mundo muito decepcionado com a política. Parte disso faz com que ninguém queira investir dinheiro em política. As campanhas são vistas como nefastas e ruins. Acha que a campanha em si é uma farsa. As eleições são o principal mecanismo da democracia. Eu acho que é algo custoso e que temos que investir dinheiro. Acho que as pessoas são muito críticas a algo que é muito importante”, disse.

Questionada sobre as campanhas políticas nas redes sociais, a cientista política analisou que o impacto tende a ser pequeno. “Tem questões muito negativas que tem sido colocadas, que existe pouco controle do que circula nas redes sociais e a gente está numa tendência de controlar mais o que é feito na campanha, então isso é um contrassenso”, disse. “Tendo dito isso, a gente sabe também que o que circula nas redes sociais circula em bolha, dificilmente uma mensagem vai ser aceita por uma pessoa que não tem uma predisposição aquela mensagem. A gente aceita aquela mensagem que vai fazer a gente se sentir melhor. A campanha, ela não muda drasticamente a opinião de ninguém”.

Outras Notícias

Vereador vota contra Título de Cidadão Carnaibano ao deputado Danilo Cabral

Membro da Comissão de Justiça e Redação da Câmara Municipal de Carnaíba, o vereador Matheus Francisco (DEM), votou contra o Projeto de Resolução que concede Título de Cidadão Carnaibano ao deputado federal, Danilo Cabral (PSB). A comissão formada por três vereadores se reuniu para analisar a legalidade do projeto. Apesar do voto contra de Matheus, […]

Membro da Comissão de Justiça e Redação da Câmara Municipal de Carnaíba, o vereador Matheus Francisco (DEM), votou contra o Projeto de Resolução que concede Título de Cidadão Carnaibano ao deputado federal, Danilo Cabral (PSB).

A comissão formada por três vereadores se reuniu para analisar a legalidade do projeto.

Apesar do voto contra de Matheus, Projeto de Resolução foi aprovado com os votos dos vereadores Alex Mendes e José Ivan (autor do projeto), ambos do PSB.

Nas redes sociais, eleitores simpatizantes do deputado têm criticado e questionado Matheus, que é filho do ex-prefeito do município, José Francisco Filho (Didi). O Projeto deve ser colocado em votação na sessão ordinária desta quinta-feira (30).

Protesto contra Bolsonaro ocorre sem incidentes no Recife

G1 PE O protesto contra o governo Bolsonaro (sem partido) reuniu diversas pessoas neste sábado (19), no Centro do Recife. O ato foi convocado por movimentos sociais e estudantis, partidos políticos e centrais sindicais, que pediram também vacinação contra a Covid-19 e políticas de erradicação da fome e da pobreza. Às 11h, a manifestação chegou até a Ponte Duarte Coelho, […]

G1 PE

O protesto contra o governo Bolsonaro (sem partido) reuniu diversas pessoas neste sábado (19), no Centro do Recife.

O ato foi convocado por movimentos sociais e estudantis, partidos políticos e centrais sindicais, que pediram também vacinação contra a Covid-19 e políticas de erradicação da fome e da pobreza.

Às 11h, a manifestação chegou até a Ponte Duarte Coelho, onde ocorreram os primeiros ataques da Polícia Militar aos manifestantes no dia 29 de maio. Foi nesse local que o adesivador de táxis Daniel Campelo foi atingido e perdeu a visão do olho machucado por uma bala de borracha atirada pela PM.

Os manifestantes fizeram um espécie de abraço simbólico, ocupando a Rua da Aurora, Rua do Sol e as pontes Duarte Coelho e Ponte Santa Isabel – foi nesta última que o arrumador de contêiners Jonas Correia de França foi atingido no olho quando voltava do trabalho. Assim como Daniel, Jonas perdeu a visão do olho depois do ocorrido.

Durante a caminhada, o grupo seguiu em fila indiana pela Avenida Conde da Boa Vista. Todas as pessoas utilizavam máscara, mesmo com chuva. O único ponto em que os manifestantes ficaram próximos uns dos outros foi a Praça do Derby, devido à chuva.

Policiais militares e agentes de trânsito fizeram o acompanhamento do protesto. Os participantes da manifestação levaram faixas com frases em descontentamento ao governo de Bolsonaro.

Zé Negão prestigia abertura da campanha de Miguel em Petrolina

O candidato a deputado federal Zé Negão participou nesta terça-feira (16) do ato inaugural da campanha de Miguel Coelho em Petrolina.  O evento aconteceu no clube Zé Matuto e reuniu milhares de apoiadores da candidatura de Miguel para governador e Alessandra Vieira para vice.  “Miguel foi o melhor prefeito da história de Petrolina, em pouco […]

O candidato a deputado federal Zé Negão participou nesta terça-feira (16) do ato inaugural da campanha de Miguel Coelho em Petrolina. 

O evento aconteceu no clube Zé Matuto e reuniu milhares de apoiadores da candidatura de Miguel para governador e Alessandra Vieira para vice. 

“Miguel foi o melhor prefeito da história de Petrolina, em pouco tempo transformou a cidade em uma das cidades que mais se desenvolvem no Nordeste. Ele é sem dúvidas o nome mais preparado para governar Pernambuco e reverter o atraso em que o estado se encontra atualmente”, afirmou Zé Negão.

Zé Negão destaca ainda a importância de um governador comprometido com o Sertão. “Miguel é sertanejo como a gente, conhece a nossa realidade, e como ele mesmo já disse, o Sertão não aceita mais receber migalhas do governo do estado, nós também somos pernambucanos e precisamos ser tratados como prioridade pelo governador, e somente Miguel terá esse olhar voltado pra nossa região”, concluiu.

Artigo: A formação de uma elite meritocrática exclui muitos jovens da escola

Por Heleno Araújo* A política educacional fundamentada na teoria do capital humano, de caráter gerencial, com base exclusivamente nos resultados das provas de matemática e língua portuguesa, com seu modelo de escolas de tempo integral para o ensino médio, vem sendo adotada no Estado de Pernambuco desde 2005. Após dezessete anos, cabe perguntarmos: quais os […]

Por Heleno Araújo*

A política educacional fundamentada na teoria do capital humano, de caráter gerencial, com base exclusivamente nos resultados das provas de matemática e língua portuguesa, com seu modelo de escolas de tempo integral para o ensino médio, vem sendo adotada no Estado de Pernambuco desde 2005. Após dezessete anos, cabe perguntarmos: quais os reais resultados dessa política para a juventude pernambucana?

A primeira escola de ensino médio em tempo integral a adotar esse modelo gerencial foi o Ginásio Pernambuco, uma instituição histórica e emblemática para a sociedade pernambucana, na qual estudaram vários intelectuais e artistas renomados. 

O Ginásio Pernambuco, no início dos anos 2000, antes de ser fechado para reforma, contava com 2.200 estudantes matriculados. Concluída a reforma, a gestão da escola foi entregue ao terceiro setor empresarial (ICE – Instituto de Corresponsabilidade pela Educação) e o número de matrículas, para surpresa geral, caiu para 300 estudantes.

No ano de 2005 a rede estadual de ensino de Pernambuco contava com 1.107 escolas e 948 mil matrículas. Dezessete anos depois, mesmo com o crescimento populacional, a rede estadual de ensino fechou o ano de 2022 com 1.059 escolas (menos 48 escolas em 17 anos) e 534 mil matrículas (uma diminuição de estrondosos 414 mil estudantes nas escolas estaduais do Estado), sendo 341 mil dessas concentradas no ensino médio.

O percentual de jovens analfabetos com 15 anos ou mais de idade em 2018 no Estado de Pernambuco era de 11,9%. Isso representava 911.690 pessoas sem acesso à leitura e à escrita. No ano de 2019, Pernambuco era o terceiro estado do país com mais jovens de 15 a 17 anos de idade fora da escola (15,4% da população nesta faixa etária).

Em 2021, no Estado de Pernambuco, mais de 808 mil jovens de 15 a 29 anos de idade não estudavam e nem trabalhavam (34,5% da população nesta faixa etária). Dos 15 aos 19 anos de idade, mais de 261 mil jovens não frequentavam a escola.

Em Pernambuco, 3.441.463 pessoas com 25 anos ou mais de idade (56,4% da população do Estado) não concluíram a educação básica. Vale observar que uma pessoa hoje com 25 anos de idade, em 2005 era uma criança de oito anos. Desse modo, constata-se que ao longo desses 17 anos muitas crianças e jovens não tiveram acesso à escola ou foram excluídos dela.

Diante de tais constatações, fica a pergunta: por que o estado de Pernambuco é apontado como referência de sucesso educacional? Sucesso para quem e quantos? E para qual projeto de educação e de sociedade? Consideramos que essas são questões que exigem reflexões mais aprofundadas por parte de nossos governantes e da sociedade brasileira.

Será que as propagandas veiculadas na mídia impressa e televisiva de que Pernambuco é referência na gestão de sua educação pública porque conseguiu sair do 21º lugar no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) em 2007 e chegar ao 4º lugar em 2013, 1º lugar em 2015 e 3º lugar em 2017 e 2019 são legítimas e suficientes para induzir um Ministro da Educação a ter como referência no campo educacional o modelo de política desse Estado? Mas se consideramos a experiência do Ceará, que recorrentemente é apontada como modelo educacional exitoso, percebemos que as mesmas políticas orientadas pelo terceiro setor empresarial estão presentes e o contexto não difere muito.

Se em Pernambuco 34,5% dos jovens nem estudavam e nem trabalhavam em 2021, no Ceará esse percentual era de 34% no mesmo ano. Então, qual é o sucesso desse modelo educacional que deixa de fora a maioria da população demandante? O que é mesmo uma política educacional de sucesso? Uma política pública que garanta que todas as pessoas tenham acesso e permanência à escola e que consigam concluir seus estudos ou uma política que se destina a formar uma elite meritocrática, excluindo a maioria da nossa juventude do direito à educação?

*Heleno Araújo é Professor da educação básica em Pernambuco. Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e membro da Coordenação do Fórum Nacional Popular de Educação (FNPE).

Lula, Resende, Elias e Keko empatados no Cabo

Blog do Magno Na primeira pesquisa de intenção de voto para prefeito do Cabo de Santo Agostinho, feita pelo Instituto Potencial, de Salvador, em parceria com este blog, o cenário é de empate técnico entre os quatro principais pré-candidatos: Lula Cabral (PSB), prefeito e candidato à reeleição, delegado Resende, do Podemos, Elias Gomes, do MDB, […]

Blog do Magno

Na primeira pesquisa de intenção de voto para prefeito do Cabo de Santo Agostinho, feita pelo Instituto Potencial, de Salvador, em parceria com este blog, o cenário é de empate técnico entre os quatro principais pré-candidatos: Lula Cabral (PSB), prefeito e candidato à reeleição, delegado Resende, do Podemos, Elias Gomes, do MDB, e Keko do Armazém, do PL. Numericamente, Lula está na frente com 22%, mas Resende vem logo em seguida com 20%, Elias tem 15%, e Keko tem 14%.

Como a margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, o quadro não aponta favoritismo. Até mesmo Keko, que tem 14%, se encaixa nesse universo configurado. Mais abaixo, aparece Vado da Farmácia, do PRTB, com 6%, Eduardo Cajueiro, do PTB, com 2%, e Tadeu Anjos, do PCdoB, com 1%. Brancos e nulos somam 16% e 6% disseram que não sabiam em quem votar ou se recusaram a responder. Na sondagem espontânea, Lula Cabral lidera com 15% e o delegado Resende aparece com 7%, enquanto Keko tem 6% e Elias Gomes também 6%. Os demais aparecem com apenas 1%.

Neste cenário, os indecisos somam 45% e 18% disseram que anulariam o voto. O Instituto Potencial fez também um cenário com os três mais competitivos e nele Lula aparece com 28%, Resende vem em seguida com 26% e Elias Gomes tem 19%. Brancos e nulos soma 23% e 5% disseram não saber em quem votar. O levantamento foi a campo entre os dias 14 e 18 deste mês, sendo aplicados 600 questionários, com um intervalo de confiança de 95%.

O registro no Tribunal Superior Eleitoral é o de número 02748/2020. A coleta de dado foi presencial, com plano de amostra e ponderação levando em consideração o sexo, idade, grau de instrução e renda familiar. O Potencial levantou também o interesse manifestado pelo eleitor quanto ao pleito. Dos entrevistados, 84% disseram que estavam interessados em votar e 11% disseram que não, enquanto apenas 5% não responderam.

Quanto à rejeição, o candidato que detém o maior índice é Vado da Farmácia. Entre os entrevistados, 75% disseram que não votariam nele de jeito nenhum. Em seguida aparece Elias Gomes, com 64%, sequenciado por Lula Cabral com 62%. As menores taxas de rejeição são do delegado Resende, com 43% e Eduardo Cajueiro, com o mesmo potencial. Já Keko tem 55% de rejeição e Tadeu Anjos aparece com 44%.

Estratificando o levantamento, Lula detém suas maiores taxas de intenção de voto entre os eleitores masculinos (25%), entre os eleitores na faixa etária acima de 60 anos (31%), entre os eleitores com grau de instrução superior completo (26%) e entre os eleitores com nível de renda familiar até três salários (33%). Já Resende tem suas maiores intenções de voto entre os eleitores femininos (21%), entre os eleitores na faixa etária de 25 a 44 anos (24%), entre os eleitores com grau de instrução no ensino médio (22%) e entre os eleitores com renda até um salário (25%).

AVALIAÇÃO DE GESTÃO

O Instituto Potencial levantou ainda o nível de satisfação do eleitorado com os três níveis de poder – federal, estadual e municipal. Entre os entrevistados, 30% aprovam a gestão de Lula Cabral, sendo que destes 8% avaliam ótima e 22% boa, enquanto 22% consideram regular. Entre os que desaprovam, num total de 46%, 37% avaliam como péssima e 9% ruim. Apenas 2% não souberam ou não quiseram responder.

Já o Governo Paulo Câmara tem 25% de aprovação – 20% de bom e 5% de ótimo, enquanto 37% julgam regular. Entre os que reprovam, 34% no total, 26% julgam péssima e 8% ruim. Apenas 5% se recusaram a responder ou disseram que não sabiam responder.

O Governo Bolsonaro, por fim, tem 28% de aprovação, sendo 18% que avaliam boa e 10% ótima, enquanto 31% acham regular. Entre os que reprovam, 40% no total, 35% julgam como péssimo e 5% como ruim, enquanto 2% não souberam responder.