Promotor diz que Câmara de Serra Talhada não deve aprovar lei que permite abrir templos
Em live, promotor Rodrigo Amorim alerta para possibilidade de Ação Direta de Inconstitucionalidade, por ir se encontro ao decreto estadual.
O promotor Rodrigo Amorim advertiu agora a pouco os vereadores que estão querendo levar a frente o projeto que libera a presença em cultos mesmo em meio às medidas mais restritivas diante do aumento do número de casos e lotação das UTIs.
Foi na live promovida pela prefeitura de Serra Talhada, que aconteceu nas redes sociais do município.
O representante do MP solicitou aos vereadores que não votem a favor da lei que abre os templos e igrejas. E advertiu que caso haja votação e aprovação, o MP irá intervir com os mecanismos jurídicos disponíveis.
A lei, puxada por vereadores como Vandinho da Saúde, busca atender setores da comunidade evangélica e negacionistas da Covid-19. Mas não tem apoio de todas as denominações. A igreja católica já se manifestou contrária, defendendo medidas de isolamento nesse período. E a prefeita Márcia Conrado avisou que não sancionará a lei sem segurança sanitária e alinhamento com o estado.
“O que se busca evitar é que as pessoas aglomerem. O exercício de religião pode ser exercido se todas as formas, lendo sua bíblia, seu alcorão, dependendo da sua religião” disse o promotor, defendendo nesse momento a atividade sem aglomerações.
Ele destacou que a Câmara tem autonomia legislativa , mas que o MP primeiro pode recomendar que não edite norma com fim de desvirtuar o decreto estadual. Também descatou o papel de especialistas que, à luz da ciência, entendeu que neste momento aglomerações em templos favorecem a proliferação do vírus.
Depois, alertou para a possibilidade de Ação Direta de Inconstitucionalidade a partir de recomendação do Procurador Geral de Justiça, Paulo Augusto Freitas Oliveira.