Presidente do Conselho de Ética vai a Janot reclamar de ‘manobras’ de Cunha
O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo (PR-BA), afirmou ter se reunido nesta quarta-feira (1º) com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para apresentar “provas” de que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estaria interferindo no andamento do processo contra ele na comissão.
Segundo Araújo, não foi apresentado nenhum pedido específico a Janot, que teria dito acompanhar o caso no Conselho de Ética “como todos os brasileiros”, disse o deputado.
“Levei tudo aquilo que eu acho que são manobras acontecendo nessa casa”, afirmou Araújo. Cunha tem negado enfaticamente ter tentado manipular o andamento do processo no Conselho por meio de aliados na Câmara.
Já o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não descartou, em entrevista à Rádio Estadão, recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa após decisão do Conselho de Ética sobre processo que investiga se ele quebrou o decoro parlamentar.
O parlamentar foi acusado de manter contas no exterior e mentir sobre a existência de tais contas à CPI da Petrobras. O relatório de Marcos Rogério (DEM-RO), que sugere a cassação do peemedebista, está previsto para ser lido nesta quarta-feira (1º).
“Não temo ser cassado e nem preso pela Lava Jato, tenho absoluta certeza que serei absolvido”, disse Cunha. Ao dizer que pretende recorrer da decisão, o presidente afastado da Câmara citou que não conhece o parecer de Marcos Rogério, mas só a presença dele como relator do seu processo já é um elemento para a nulidade do processo.
Isso porque Rogério trocou o PDT pelo DEM, partido que faz hoje parte do mesmo bloco do PMDB, o que seria um impeditivo para que relatasse sua representação. O relator já rebateu este argumento de Cunha, dizendo que vale o bloco do início da legislatura.