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O abismo social que também existe na população encarcerada no Brasil

Por Nill Júnior

No Brasil, a promessa constitucional de ampla defesa e igualdade de acesso à justiça esbarra em profundas desigualdades estruturais. Embora o Estado assegure esses direitos, na prática eles se mostram quase inalcançáveis para a maior parte da população encarcerada, especialmente para os pobres e marginalizados.

Uma face desse abismo está no sistema de assistência jurídica pública: a Defensoria Pública, prevista na Constituição, deveria garantir defesa técnica àqueles que não têm condições de pagar um advogado. No entanto, essa assistência ainda é insuficiente em grande parte das comarcas brasileiras — em 2023, só cerca de metade delas contavam com cobertura da Defensoria Pública, e na Justiça Federal essa proporção era ainda menor. Essa lacuna expõe presos à morosidade judicial e reduz as chances de uma defesa eficaz desde o início do processo penal.

A falta de assistência adequada tem consequências concretas na vida das pessoas privadas de liberdade. Muitos permanecem encarcerados por longos períodos sem julgamento — em casos extremos, presos provisórios aguardaram por mais de uma década até a decisão final que garantiu sua libertação.  Essa situação revela um Estado que, embora assegure direitos no papel, não garante os meios para que eles sejam exercidos na prática.

Estudos e levantamentos mostram que três em cada quatro pessoas presas sem julgamento se declaram pretas ou pardas, muito acima da proporção desses grupos na população geral, e que essas pessoas enfrentam maior dificuldade em acessar advogados desde a fase inicial do processo.

Enquanto isso, Bolsonaro tem célere direito a cirurgia de hérnia, General Heleno ganha numa velocidade estonteante direito a prisão domiciliar humanitária. A questão não é sobre o direito deles: é sobre a lentidão para que a parte pobre, preta e favelada encarcerada tenha o mesmo direito. Sem eles, como o sistema prisional pretende recuperá-los? Salvo caso graves como líderes do tráfico, das milícias, criminosos irrecuperáveis, havia alguma esperança para a recuperação dos demais. Mas no Brasil, há um abismo social na justiça para uns e para outros. Esse foi o tema da minha análise no Jornal Itapuama:

Outras Notícias

Concursos já autorizados estão mantidos, diz Ministério do Planejamento

Agência Brasil – Entre as medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo na última segunda-feira (14) está a suspensão dos concursos públicos para o próximo ano. Segundo o Ministério do Planejamento, o congelamento trará economia de R$ 1,5 bilhão. O anúncio desanimou quem estuda para conquistar um cargo na administração pública. No entanto, 2016 não […]

Ministério do Planejamento diz que estão preservados concursos autorizados em 2015 e com editais previstos para 2016
Ministério do Planejamento diz que estão preservados concursos autorizados em 2015 e com editais previstos para 2016

Agência Brasil – Entre as medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo na última segunda-feira (14) está a suspensão dos concursos públicos para o próximo ano. Segundo o Ministério do Planejamento, o congelamento trará economia de R$ 1,5 bilhão. O anúncio desanimou quem estuda para conquistar um cargo na administração pública. No entanto, 2016 não será um ano completamente morto para os certames. Os concursos que já foram autorizados estão mantidos.

Segundo o Planejamento, estão preservados concursos autorizados em 2015 e com editais previstos para 2016. No caso de concursos de períodos anteriores, inclusive os homologados e aguardando autorização para nomear os aprovados, o Planejamento informou que as nomeações estão mantidas, segundo o número de vagas previsto e dentro do prazo de validade final do certame. Pela Constituição Federal, a validade de um concurso é de até dois anos, prorrogáveis por igual período.

As vagas asseguradas estão previstas na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2015, que estabelece teto de 45.582 cargos. No caso da proposta de LOA de 2016, a ideia é que os 40.389 cargos, dos quais 25.606 são do Executivo, sejam suspensos. Para garantir a suspensão que, segundo o ministério, proporcionaria economia de R$ 1 bilhão ao Executivo e R$ 500 mil ao Legislativo e Judiciário, o governo terá de alterar os projetos de lei da LOA e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano que vem. Ambas estão no Congresso Nacional para serem apreciadas. De acordo com o Planejamento, as alterações serão enviadas ao Congresso em breve.

O Ministério do Planejamento esclareceu ainda como fica a análise dos pedidos de órgãos públicos para a realização de concursos. Pela legislação atual, os órgãos do Executivo Federal encaminham os pedidos para a realização de novos concursos à pasta até 31 de maio de cada ano. De acordo com o Planejamento, isso ocorrerá normalmente e as novas solicitações serão analisadas no primeiro semestre de 2016. No entanto, as autorizações para novos certames só sairão a partir de 2017. Em nota, o ministério informou que “o governo federal está fazendo um esforço fiscal e todas as áreas devem se adaptar à nova realidade, a fim de garantir a eficiência da gestão pública”.

José Matias Pereira, professor da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em finanças públicas, diz que a decisão de suspender os concursos deve causar impacto nos serviços prestados pela administração pública, a ser sentido a médio e longo prazo.

“Esses cortes de despesas periféricas acabam causando danos não no curto prazo, mas no médio e longo. Você vai deteriorando a oferta de serviço público até chegar a uma situação insustentável. Nós já temos péssimos indicadores nas áreas de saúde, educação e segurança pública, [com a interrupção] no médio e longo prazo alguns setores podem começar a entrar em estrangulamento”, afirma. Para ele, a administração pública precisa de reformas, mas estruturais. “Deveriam estar sendo discutidas medidas para uma reforma estrutural na administração”, observou.

Patriota leva audiência pública sobre iluminação para Congresso da Amupe

O Presidente da Amupe e Prefeito de Afogados da Ingazeira José Patriota conseguiu transferir desta semana na Assembleia para o dia 23 no Centro de Convenções durante o Congresso Estadual da entidade, a Audiência Pública da Assembleia Legislativa para debater a resolução da Aneel que obriga a Celpe a transferir para os municípios a responsabilidade pela […]

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O Presidente da Amupe e Prefeito de Afogados da Ingazeira José Patriota conseguiu transferir desta semana na Assembleia para o dia 23 no Centro de Convenções durante o Congresso Estadual da entidade, a Audiência Pública da Assembleia Legislativa para debater a resolução da Aneel que obriga a Celpe a transferir para os municípios a responsabilidade pela iluminação pública. A informação é de Anchieta Santos ao blog.

Prefeitos reclamam que o processo já deveria ter sido concluído, mas os prefeitos não assinaram os contratos com a Celpe alegando que há 40% a 60% de falhas no parque elétrico que a empresa do Grupo Iberdrola deveria sanar antes de repassar.

Patriota tem reclamado da falta de ação mais incisiva de Aneel e Arpe no processo. “Pelo menos 150 prefeituras estão esperando o fim dessa negociação. A Aneel não fiscalizou a concessão e falta firmeza da Arpe”, questiona.

A Celpe só se propôs a pagar as lâmpadas queimadas sem arrumar o conjunto, o que deixaria um prejuízo enorme nas mãos dos prefeitos. A Amupe está propondo uma ação coletiva contra a Celpe .

Sertânia: inaugurado Contorno Rodoviário Governador Eduardo Campos

O governador Paulo Câmara inaugurou oficialmente (a via já atendia a região) a rodovia PE-265, mais conhecida como Contorno Viário de Sertânia – Governador Eduardo Campos. Para a construção do acesso, foram investidos um total de R$ 21,2 milhões. Anova via contempla 7,5 km de extensão, compreendendo o trecho entre a divisa PE/PB (Pernambuquinho Km-0) e […]

O governador Paulo Câmara inaugurou oficialmente (a via já atendia a região) a rodovia PE-265, mais conhecida como Contorno Viário de Sertânia – Governador Eduardo Campos. Para a construção do acesso, foram investidos um total de R$ 21,2 milhões.

Anova via contempla 7,5 km de extensão, compreendendo o trecho entre a divisa PE/PB (Pernambuquinho Km-0) e o entroncamento da BR-232 (Cruzeiro do Nordeste), do quilômetro 61,4 ao 68,9.

O Contorno Viário é uma reivindicação antiga da população da região, que sofria com o tráfego de veículos pesados no centro urbano da cidade. Realizada pela Secretaria Estadual de Transportes, através do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a nova via contou com aportes do Fundo Rodoviário de Pernambuco (Furpe).

Representando a família do ex-governador Eduardo Campos, o chefe do Gabinete de Governo, João Campos, falou de sua emoção em poder fazer parte dessa inauguração.

Satisfeito com a conclusão da via, o prefeito Ângelo Ferreira agradeceu em nome do povo e comemorou os benefícios que serão gerados com a chegada do novo acesso. “Aqui, passavam mais de 200 carretas por dia e estragavam pavimento, tirava a tranquilidade da população e quase não deixava recurso para o desenvolvimento de Sertânia”, enfatizou.

ÁGUA – Paulo aproveitou sua ida à região para vistoriar as obras de implantação da Adutora do Moxotó. O governador e comitiva estiveram na Estação Elevatória da Adutora, em Arcoverde, e na Estação de Captação, Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco em Sertânia. Com 75% dos trabalhos concluídos, a previsão é de que o equipamento comece a operar no início de 2018.

Quando concluída, a adutora irá abastecer cerca de 400 mil pessoas dos municípios de Arcoverde, Pedra, Venturosa, Pesqueira, Alagoinha, Sanharó, Belo Jardim, Tacaímbo, São Caetano e São Bento do Una. Para a sua construção, estão sendo investidos R$ 85,6 milhões em convênio com o Governo Federal.

Acompanharam o governador Paulo Câmara durante as agendas no Sertão do Moxotó o secretário estadual Nilton Mota; os deputados Gonzaga Patriota (Federal), João Fernando Coutinho (Federal), Claudiano Martins (Estadual) e Diogo Moraes (Estadual). Participaram também os prefeitos Adelmo Moura (Itapetim),  José Patriota (Afogados da Ingazeira), Tânia Maria (Brejinho), Evandro Valadares (São José do Egito), Anchieta Patriota (Carnaíba), Manuca de Zé do Povo (Custódia), Jadiel Braga (São Caetano), Zeinha (Iguaraci) e Vaninho de Danda (Santa Terezinha); entre outras autoridades políticas da região.

Encontro ASSERPE celebrou a força da radiodifusão na era 4.0

Terminou nesta sexta (31) o Encontro ASSERPE 2025. Durante dois dias, o setor da radiodifusão de Pernambuco e de outros estados se reuniu em peso para debater os rumos da comunicação. Foram praticamente mil participantes entre inscritos,  convidados,  palestrantes e expositores da Feira de Equipamentos, que contou com várias marcas do setor. O evento, promovido […]

Terminou nesta sexta (31) o Encontro ASSERPE 2025.

Durante dois dias, o setor da radiodifusão de Pernambuco e de outros estados se reuniu em peso para debater os rumos da comunicação. Foram praticamente mil participantes entre inscritos,  convidados,  palestrantes e expositores da Feira de Equipamentos, que contou com várias marcas do setor.

O evento, promovido pela Associação das Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco (ASSERPE), sob o tema “Rádio e TV na Era 4.0”, foi realizado no Recife Expo Center.

No painel de abertura,  o presidente da ASSERPE,  Nill Júnior,  o Ministro das Comunicações,  Frederico Siqueira,  o presidente da ABERT, Cristiano Lobato, mais Nelson Neto, Diretor de Radiodifusão Privada no MiniCom, Rodolfo Costa Pinto,  Secretário de Comunicação,  Rafael Larcher,  Advogado da ABERT,  Edmilson Boaviagem,  Presidente do SERTEPE, que assumirá a entidade em janeiro e Ana Amélia Lemos, vice-presidente do Sertão da entidade. Eles estiveram no painel “Processos de radiodifusão”. Destaque para o anúncio de Nelson Neto de que haverá ampliação do processo de concessão de rádios comerciais no Brasil após 15 anos.

No painel “O rádio na era 4.0” Wagner Gomes (CBN Recife), ­­Mário Neto (NovaBrasil FM) e ­­Paulo Fernandes Neto apontaram caminhos para a manutenção e fortalecimento do meio rádio na era digital. “O segredo é manter nosso papel de voz da comunidade, conectando-nos com as pessoas mesmo quando a plataforma muda”, destacou Gomes.

O dia ainda contou com painel “Jornalismo na era da polarização”, com ­­Igor Maciel (Rádio Jornal), Múcio Aguiar (AIP) e ­­Ciro Guimarães (TV Guararapes) e “O futuro do rádio esportivo”, com ­­Eri Santos (CBN Recife), ­­Maciel Júnior (CBN Recife) e ­­João Victor Amorim (Ŕadio Jornal do Commercio).

No último dia,  um dos painéis mais destacados do evento,  “IA: amiga ou adversária da radiodifusão?” com ­­a dupla Daniel Starck (tudoradio.com) e ­­Cristiano Stuani (consultor em rádio, digital e IA). Eles apresentaram soluções e processos para o uso da Inteligência Artificial no rádio sempre com a supervisão dos profissionais,  alinhando IA e capital humano.

No painel “A TV 3.0 no Nordeste”, com ­­Josemar Cruz (ATSC) deu um panorama do processo de transição para uma TV mais interativa e imersiva, com participação de Willame Souza (TV Asa Branca) e Giliard Santana (TV Jornal).

Lelê Carvalho (SINAPRO-PE), Anselmo Albuquerque (ABAP-PE) e Daniel Queiroz (Ampla / FENAPRO / CENP) falaram sobre o Mercado Publicitário e a Radiodifusão. Para eles, o rádio segue sendo um excelente case de sucesso na publicidade,  mas precisa vencer alguns desafios impostos pela nova formatação do mercado publicitário,  como mais ferramentas métricas de audiência,  incorporação de seu poder nas redes e convencimento junto aos anunciantes.

Com o tema “O jornalismo e seu papel no mundo contemporâneo”, ­­Sônia Bridi (TV Globo), Rosana Jatobá (CBN) e ­­Roberta Aureliano (TV Guararapes / Record) falaram do papel do jornalismo nos dias atuais,  como agente de transformação em tempos de COP 30 e dos desafios impostos pelo aquecimento global.

Além dos painéis, o encontro também com workshops e uma feira de equipamentos.

 

Ipespe: 59% desaprovam governo Bolsonaro

UOL Pesquisa Ipespe contratada pela XP Investimentos e divulgada hoje aponta que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) é desaprovado por 59% da população. No total, 36% dos entrevistados responderam que aprovam o governo Bolsonaro, e 5% não sabem ou não responderam. Em outra questão, 49% das pessoas consideram o governo “ruim ou péssimo”, […]

UOL

Pesquisa Ipespe contratada pela XP Investimentos e divulgada hoje aponta que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) é desaprovado por 59% da população. No total, 36% dos entrevistados responderam que aprovam o governo Bolsonaro, e 5% não sabem ou não responderam.

Em outra questão, 49% das pessoas consideram o governo “ruim ou péssimo”, 32% avaliam como “ótimo ou bom” e 18% consideram “regular”. Apenas 1% não sabe ou preferiu não opinar.

As entrevistas foram realizadas pelo Ipespe entre os dias 20 de 22 de julho —o instituto entrou em contato por telefone com 2.000 entrevistados, de 16 anos ou mais.

A desaprovação da gestão Bolsonaro ocorre a despeito da aprovação da PEC dos Auxílios, no dia 14 de julho, que definiu uma série de medidas consideradas populares, como o aumento no valor do Auxílio Brasil e do Auxílio Gás, válidos até o final deste ano. Cabe ressaltar que os benefícios incluídos na lei só começarão a ser pagos em agosto.

A PEC dos Auxílios também estabeleceu um teto no valor do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de 17% com o objetivo de reduzir o preço dos combustíveis.

Não é possível comparar o levantamento XP/Ipespe divulgado hoje com os anteriores, porque houve uma mudança de metodologia. Antes a margem de erro era de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, e agora é de 2,2 pontos. Eram realizadas mil entrevistas, e agora foram 2 mil. E o preço do levantamento dobrou —foi de R$ 42 mil para R$ 84 mil.

O nível de confiança é de 95,5%. A pesquisa foi registrada no TSE sob o número BR-08220/2022.

Pesquisas anteriores

Desde junho de 2021 a reprovação do governo Bolsonaro ficou acima de 60% e chegou a uma máxima de 65% em março deste ano. Em junho, 60% dos entrevistados desaprovavam o governo federal.

Desde o início da série histórica, em junho de 2020, já durante a pandemia de covid-19, a maior parte da população desaprova o governo. As exceções são outubro e dezembro de 2020, quando a aprovação e a rejeição ficaram tecnicamente empatadas.

Em janeiro de 2019, quando começou o mandato, 20% das pessoas avaliavam o governo como ruim ou péssimo, frente a 40% que consideravam ótimo ou bom e 29%, regular.

O quadro se inverteu em maio daquele ano, quando a quantidade de ruim ou péssimo passou a ser maior do que ótimo ou bom.

Sobre o instituto

O Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) é uma empresa de pesquisas fundada em 1986 e com sede no Recife. O instituto geralmente faz pesquisas eleitorais por telefone. Operadores ligam para eleitores selecionados conforme a distribuição de todo eleitorado brasileiro e os questionam sobre suas preferências eleitorais.