Não vou rir, nem vou chorar’, diz Lula sobre acusações de Marcelo Odebrecht
G1
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (13) durante entrevista à rádio Metrópole, da Bahia, que é “inverossímil” e “irreal” a acusação feita contra ele pelo empresário Marcelo Odebrecht.
A entrevista foi dada ao programa de Mário Kertesz, que foi candidato do PMDB à prefeitura de Salvador em 2012. Ele também é citado nas delações da Odebrecht e a ele é atribuído o codinome Roberval Feio.
À rádio, Lula disse que não vai “rir, nem chorar” diante das denúncias, mas que vai ler cada peça do processo junto com seus advogados e exigir provas.
Marcelo Odebrecht disse em depoimento ao juiz Sérgio Moro, divulgado nesta quarta-feira (12), que destinou milhões para o “amigo”, codinome referente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Primeiro, ele cita o depósito de R$ 35 milhões e depois fala em R$ 40 milhões. A conta, diz Odebrecht, era gerida pelo ex-ministro petista Antonio Palocci.
“É tão inverossímil as acusações, é tão irreal as acusações, que eu não vou rir, nem vou chorar. Eu vou analisar corretamente, vou conversar com os advogados, pegar o processo, ler cada peça do processo para que a gente possa chegar no dia certo e dizer claramente o seguinte: a delação tem que ser provada”, disse Lula.
O ex-presidente também comentou a declaração dos delatores Hilberto Silva Filho e Alexandrino de Salles Ramos Alencar sobre mesada de até R$ 5 mil da empresa a um de seus irmãos, o Frei Chico.
“Eu nunca de 1 real pro meu irmão Frei Chico porque ele nunca precisou, nunca pediu pra mim. Olha, se a Odebrecht resolveu dar R$ 5 mil pro meu irmão, é problema da Odebrecht”, disse. “Por que é que tem que colocar o meu nome nisso?”
Lula falou ainda sobre o filho Luís Claudio da Silva que, segundo os delatores, se reuniu com representantes da Odebrecht na ocasião em que foi apresentado ao grupo o projeto “Touchdown”, associado à criação de liga de futebol americano no Brasil, também sob prévia apuração da Justiça Federal do Paraná. “Meu filho estava metido com futebol americano e tinha patrocínio: olha, qual é o crime?”, questionou.