Candidatos evitam falar de pesquisa, com razão
A pesquisa do Instituto Opinião, muito parecida, praticamente igual considerando a margem de erro com a divulgada sábado pelo Múltipla, estava programada para sair um dia antes no Blog do Magno.
Mas, com a comoção em virtude da morte de José Patriota, o jornalista aguardou 24 horas. A pesquisa estava registrada na Justiça Eleitoral e não divulgá-la fugiria do rito jornalístico. De fato, uma situação difícil.
“Na verdade, era para ter sido divulgada ontem, mas resolvemos adiar para hoje em respeito ao momento de dor e emoção”, disse o jornalista no card de divulgação.
O candidato que apareceu na frente, Sandrinho Palmeira, disse que não comentará nenhum levantamento no período de luto. “Dada a justificada suspensão das atividades, pela morte de José Patriota, também se reservarão ao direito de não se manifestar sobre a realização de pesquisas de opinião divulgadas nesse período”, afirmaram Frente Popular e candidato.
Da mesma forma, nenhuma manifestação do candidato oposicionista Danilo Simões, que mantém em sua rede a respeitosa homenagem a José Patriota.
Essa campanha entrou numa sinuca de bico emocional. Ninguém ainda imagina quando ela será retomada. Também há muita repercussão sobre o “como” será retomada. As duas campanhas tem um dilema de qual tom adotar quando isso acontecer, justamente no momento em que ela se mostraria mais forte, na reta final.
Uma, terá a tênue linha divisória entre a homenagem ao líder que se foi sem que soe como exploração disso. A outra, que questionava o modelo apresentado, como continuar fazendo sem parecer estar agredindo sua memória?
A situação é tão complexa que até quem faz a cobertura jornalística também se pergunta como fazer daqui pra frente.
Sabemos, a vida precisa seguir, mas nesse caso específico, qualquer movimento gera reflexão diante do impacto do que a sociedade, independente das suas opções, viveu nas últimas horas.