Bispo que fez greve contra a Transposição em defesa do São Francisco homenageado
Conhecido pelo trabalho em defesa do Rio São Francisco, Dom Frei Luís Cappio, conquistou o Prêmio da Paz, em 2008; o Troféu João Canuto, em 2009, e o Prêmio Kant de Cidadão do Mundo, também em 2009.
Bispo católico da Diocese da cidade da Barra (BA), este educador ambiental será homenageado nesta segunda-feira (27) em Petrolina – PE com uma vasta programação.
Promovida pelo Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas (Crad) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), a homenagem começa às 9h e vai contar com visitas aos experimentos de revitalização das Caatingas desenvolvidos pelo Crad, no Campus Ciências Agrárias (CCA). O evento será finalizado com uma palestra ministrada por Dom Frei Luís Cappio, a partir das 19h, no Auditório da Biblioteca do Campus Sede, no centro da cidade.
Dom Frei Luís Flávio Cappio estudou teologia no Seminário Franciscano de Petrópolis – RJ. Desde 1974, Dom Cappio vive no semiárido nordestino. Símbolo de amor e devoção ao Rio São Francisco, ficou conhecido mundialmente na década de 1990, após percorrer a pé os 2.830 quilômetros de extensão do Velho Chico. O religioso realizou trabalho de conscientização das comunidades ribeirinhas sobre a importância da preservação do Rio, fazendo mobilizações de educação ambiental com os movimentos populares.
Para o diretor do Crad, José Alves Siqueira, “o evento é um momento para refletir sobre a vida do Rio e os deveres que a população deve ter para preservá-lo”. Ainda segundo Siqueira, Dom Cappio é símbolo de inspiração. “A sua luta pelo Rio São Francisco, por sua vida e conservação é inspiradora. Nós precisamos destes elementos de inspiração para a sociedade, considerando os tempos difíceis em que vivemos.”, finalizou.
A programação é aberta à comunidade e o ingresso será 1 kg de alimento não perecível.
Em 2007, Dom Luis ganhou notoriedade ao fazer greve de fome contra a transposição. Chegou a perder oito quilos. Antes de desmaiar, em vez de soro, Dom Cappio vinha ingerindo apenas água. Em outubro de 2005, ele permaneceu 11 dias sem se alimentar em protesto contra o projeto.