Os chavistas que podem ajudar a eleger a oposição na Venezuela neste domingo
G1
“Votei em Chávez, não em vocês, que são uns corruptos e não servem para nada”. A autora da frase é Yuraima Rondon, uma mulher que ficou famosa depois de ser filmada exibindo sua tatuagem do ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pelo político Henrique Capriles, durante a campanha para as eleições parlamentares de domingo.
Essa é a pergunta que apenas as urnas podem responder. Desde 1999, quando Chávez foi eleito, os chavistas têm vencido as eleições. Mas há dúvidas se o regime poderá contar com o apoio do eleitorado agora que a Venezuela passa por uma das piores crises de sua história.
Nos últimos dois anos, a inflação disparou, houve queda nos investimentos públicos e o país enfrenta uma escassez de produtos. Tudo agravado pela queda de mais de 60% no preço do petróleo, o principal motor da economia venezuelana.
O governo, sobretudo o presidente Nicolas Maduro, culpa a oposição e o setor privado. Mesmo assim, pesquisas preveem a primeira vitória da oposição desde a eleição de Chávez, em 1999.
Disputas internas: A falta de confiança no governo é perceptível também no interior da militância chavista. A principal crítica é que Maduro não foi capaz de continuar o projeto idealizado por Chávez, do socialismo bolivariano, e pela grande distância que se formou entre a base, representada por movimentos sociais, e a cúpula do partido.
“Muitos companheiros sentiram que o PSUV não estava sendo o partido da revolução como tinha sido anunciado desde seu início”, diz Douglas Aponte, militante do Redes, que surgiu, segundo ele, para conter as disputas internas do partido do governo e o descontentamento dos militantes.