Multidão de fieis nas ruas de Afogados para recepcionar imagem de Nossa Senhora Aparecida
Por André Luis
Na noite desta terça-feira 04.10, uma verdadeira multidão de fieis lotaram as ruas de Afogados da Ingazeira para recepcionar a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, que chegou ao município Depois de passar cinco meses peregrinando em 23 paróquias da diocese de Afogados da Ingazeira.
A Imagem se encontrava na Paróquia de Santo Antônio e São João Maria Vianey, em Carnaíba e foi recepcionada por motociclistas e mototaxistas no trevo do bairro Padre Pedro Pereira, de onde seguiu até a paróquia de São Sebastião, onde uma multidão de fieis aguardavam ansiosamente.
Após algumas homenagens, a imagem saiu em procissão pelas ruas de Afogados com destino a Catedral do Senhor Bom Jesus dos Remédios, onde houve uma missa campal de acolhida à santa celebrada pelo padre Josenildo Nunes. Foram momentos de muita devoção e fé, vividas por fieis que se aglutinavam em torno da imagem da Santa, para fazer suas orações, seus pedidos e agradecer por graças alcançadas.
A data da chegada da Santa ao município, coincidentemente se deu no mesmo dia em que a Rádio Pajeú, importante veículo de comunicação da região, conhecida por interceder pelos menos favorecidos, completou 57 anos. O diretor da Rádio, o radialista Nill Júnior, falou aos presentes.
Comemorar 57 anos da rádio Pajeú em uma data tão histórica e simbólica certamente é uma bênção de Deus. Mas também uma bela coincidência.
Sim, porque não pode haver símbolo mais representativo da fé de nossa gente que a pequena imagem encontrada no Rio Paraíba nos idos de 1717.
Bela, negra, encontrada por simples pescadores, admirada por gente como nós, caminho para intercessão junto ao mesmo cristo, ao mesmo Deus. Nosso Jesus sertanejo, cantado por Luiz Gonzaga, é o mesmo destino da intercessão de nossa senhora aparecida.
A imagem peregrina entre nós, tem a mesma representação da imagem de lá. Os que a buscam em Aparecida estão também aqui, pedindo-a por ela em pleno solo sertanejo.
No meio de tanta devoção, pedidos muitas vezes reveladores de desigualdades. O emprego pro filho, a cura dos sem tratamento digno, uma casa simples, o direito a educação, três refeições dignas diariamente, a libertação social. Nossa fé é pura, simples, não quer tanto, mas denuncia que ainda há mazelas que justificam a prece, enquanto não chega igualdade pela mão do homem.
Talvez aí, numa dimensão infinitamente menor, esteja um instrumento como a rádio Pajeú. Porque nesse sertão, o mesmo povo que roga à intercessão de nossa senhora, quando ainda vê esperança nos homens, identifica com simplicidade e sabedoria um caminho para falar de suas dores, seus anseios, seus direitos.
É a mãe cujo hospital não deu conforto ou dignidade na hora de dar à luz, o agricultor que não tem água para dar aos bichos, o remédio que não chegou ao posto, a oportunidade de emprego, a escola sem merenda de qualidade, a justiça para poucos, a indiferença para tantos…
A Rádio, assim como Nossa Senhora para o pai, é ponte para cobrar os detentores do poder em todas as esferas, é fiscal dos pobres, direito dos quem não o tem, teto e acolhida para os desamparados.
Este mês, estamos convocando os filhos da região para que continuem reforçando a campanha dos sócios e sócias contribuintes, criada por Dom Francisco e estimulada nos bispados de Dom luís e Dom Egídio, alimentando o sonho de Dom Mota. Contribuir com a Rádio Pajeú é zelar ainda mais por seu caráter de respeito ao povo, cobrança dos poderes, voz do que não tem voz.
Que nossa senhora, que nos visitará no próximo dia 11 pela manhã, toque também no coração dos que podem contribuir com esse projeto, não por nós, mas pelo nosso povo.
A tua cor é nossa cor, o nosso amor é teu amor! Muito obrigado!
Veja mais fotos cedidas gentilmente pelo fotografo Cláudio Gomes: