Em conversa gravada, Renan diz que tentou evitar recondução de Janot
Em conversas gravadas entre fevereiro e março, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machadofala com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP).
As conversas, gravadas por Machado, que teve acordo de delação homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), são sobre a presidente afastada Dilma Rousseff e sobre a recondução ao cargo do procurador-geral Rodrigo Janot.
Em relação a Dilma, eles falaram sobre a prisão, na Operação Lava Jato, do marqueteiro João Santana, marqueteiro da campanha eleitoral da presidente afastada. Mencionaram o então ministro da Justiça, sem dar o nome – no período, das conversas, ocuparam o cargo José Eduardo Cardozo, Wellington Silva e Eugênio Aragão.
Em outra conversa, Sérgio Machado e o presidente do Senado, Renan Calheiros, falam sobre as investigações da Operação Lava Jato e sobre a recondução ao cargo do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Janot foi reconduzido em setembro de 2015 por mais dois anos. Na gravação, Renan afirma que tentou evitar a permanência dele no cargo, mas disse que “estava só”.
A assessoria de imprensa da presidente afastada Dilma Rousseff informou, por nota, que todos os pagamentos feitos ao publicitário João Santana na campanha da reeleição – totalizando R$ 70 milhões – foram contabilizados na prestação de contas, aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.
“As tentativas de envolver o nome da presidenta dilma rousseff em situações das quais ela nunca participou ou teve qualquer responsabilidade são escusas e direcionadas. E só se explicam em razão de interessem inconfessáveis”, afirmou a assessoria.
Ainda segundo a nota,”comentários feitos em conversas entre terceiros e que não apontam a origem das informações não têm nenhuma credibilidade”.
A assessoria do ex-presidente José Sarneydisse que, no momento, ele não deseja comentar os trechos da gravação da conversa. A assessoria de imprensa do senador Renan Calheiros informou, por nota, que o senador agilizou a recondução do procurador Rodrigo Janot ao cargo, no segundo mandato da presidente Dilma.