Lembre-se de mim
Registre-se Esqueceu sua senha?

Coluna do Domingão

Publicado em Notícias por em 4 de março de 2018

Com Geni, vai um estilo de político em extinção

Com a morte de Genivaldo Pereira Leite, o Geni Pereira, esta semana em Serra Talhada, vai se sepultando também um estilo de fazer política que não se encontra com tanta facilidade nos dias de hoje. Pode-se dizer que Geni era de uma espécie política em extinção.

Como característica, a  fala simples, direta, que chegava com facilidade ao sertanejo mais simples e ao mais culto. A formação acadêmica como veterinário fez de Geni um ser mais “rasteiro” no bom sentido do termo.  Era mais próximo de comunidades e com isso, ganhou a fama de líder político simples.

Até a fisionomia ajudava. Fosse visto em qualquer cidade do nordeste sem o rótulo de ex-prefeito de Serra Talhada, seria facilmente confundido com um caboclo da roça, ou forçando a barra, um tradicional comerciante rural.

Geni quebrou barreiras por ter saído de um distrito, Bernardo Vieira, para alçar vôo político, até ser eleito em uma conquista histórica em 2000, batendo o “candidato oficial” de Inocêncio, Carlos Evandro, com larga margem.

Foi justamente aí, a partir da sua eleição, que começou ao mesmo tempo sua conquista e seu calvário. Gerir uma das cidades mais importantes do Nordeste para alguém com o perfil de Geni Pereira virou um grande desafio, principalmente a partir das exigências fiscais, técnicas, jurídicas que o cargo exige. Isso porque na política e no modelo de gestão inaugurado com os anos 2000, excesso de confiança nos auxiliares, até de bondade demais mais atrapalha que ajuda.

Dizem que na política, para ser bom, há de ser ruim também. E Geni, pelo estilo, abriu muito o leque político da gestão, também cometendo por consequência erros técnicos que lhe custaram a inelegibilidade. Chegou a disputar outra eleição, os votos não foram contados e a partir daí, viu sua vida política definhar.

Do que lhe acusaram, faltou escrever uma certeza. Geni não tirou proveito econômico da politica. Morreu sem grande patrimônio, ao contrário, como os demais mortais, sendo tratado pelo SUS, sem regalia alguma.

Em meio a isso, vieram os problemas de saúde. Registre-se, a insuficiência renal crônica, mal que afetou Geni, é uma cruz diária. A diálise ameniza os efeitos colaterais, não o sofrimento. Ainda assim, Geni não passava recibo pra dor e era visto sempre com o mesmo semblante, aquele que o alçou ao auge da carreira política.  Não demonstrava fraqueza. Tanto que nessa fase recente, nada se noticiou sobre seu estado. Como se, para não causar dor nem apreensão a quem o admirava, só se avisasse no último aviso.

De fato, a figura do gestor moderno, na moda e aos moldes das novas exigências para os municípios, estão deixando cada vez mais longe dos gabinetes o político cuja principal característica é falar com todo mundo, atender bem o povo, tratar com carinho diferenciado os mais simples. Uma coisa não podia estar desagregada da outra. São raros os políticos que jogam bem nas duas, como se diz no futebol.

Políticos como Geni vão ficando relegados à história, aos causos e contos,  e aos personagens da TV quando retratam a política no Nordeste. Talvez ainda se encontre um aqui, outro alí, em uma Câmara de Vereadores perdido. E só.

Geni foi um dos últimos personagens dessa safra, que não nascem mais…

Folclorico

Uma das últimas entrevistas de Geni Pereira externou a mágoa que guardava e a certeza que alimentava. “Quem vai pela cabeça dos outros é piolho. Errei ao governar Serra Talhada me orientando pelos outros. Não cometerei o mesmo erro”, disse em 2016.

O bucho de Carlos Evandro

Mesmo dizendo “se cuidar” , não tem bucho que aguente o rojão de Carlos Evandro. Em entrevista esta semana, disse que tem 63 almoços pra ir na casa do povo esse mês. O que vai economizar nos dois meses sem precisar fazer feira, vai compensar com gasto de energia com a esteira.

Quem vai?

Com a autoria identificada de quem prometeu tirar 50% da pena de Lula, caso condenado, o blog buscou alguns candidatos à vaga de “cumpridor de pena barbuda alheia” do que falta. Dentre os candidatos, Sinézio Rodrigues (Serra Talhada), Emídio Vasconcelos (Afogados), Romério Guimarães e Marcelo Patriota (São José do Egito), Carlos Veras (CUT) e Anchieta Alves (Carnaíba). Se Pedro Marcolino, o Pedrinho, se dispôs a cumprir 50%, quem se candidata a tirar os outros 50%?

Chopp do Pajeú

A região do Pajeú vai ganhar uma das únicas cervejarias artesanais do Estado. Com a marca Alfaia, o empreendimento vem sendo  tocado pelo engenheiro químico Diogo Carvalho. Todo o maquinário vem sendo adquirido junto à Dragon Beer, de Limeira-SP. A sede ficará na Ingazeira, com capacidade de distribuição para toda a região. A capacidade é de 12 mil litros por mês. Será a 13ª em Pernambuco.

Passeata

Familiares de Evandeilson Lima, conhecido por Vando, devem fazer uma manifestação pacífica na próxima segunda pela manhã, com concentração na frente da Igreja Presbiteriana, caso até lá não haja um fato que indique resultado das investigações sobre seu paradeiro. Vando sumiu dia 23 de fevereiro.

Artilharia pesada

Duas movimentações neste sábado tiveram o formato “pau da molesta dos cachorros” na gestão Paulo Câmara e no PSB. O encontro Pernambuco Quer Mudar, puxado por Armando, FBC, Mendonça e João Lira em Caruaru e o encontro do PT em Surubim, em defesa de Marília Arraes. Isso na semana em que o encontro nacional socialista abriu caminho para alianças e Câmara falava em “desafios do futuro” para a legenda.

Ô gado, ô

Segundo Dinca Brandino, o TCE vai abrir a caixa preta da arrecadação na feira do Gado de Tabira, que existe, mas ninguém sabe para onde vai no governo Sebastião Dias. Abriu auditoria também sobre a arrecadação de Feiras e Mercados, com direito a “visita de cortesia” da Inspetoria Regional.

Pode reverter

Afogados da Ingazeira pode ser a última cidade no estado a reverter a decisão do MDA de, com base em dados do IBGE, deixa-la fora do Garantia Safra. A movimentação do prefeito Patriota, junto ao IPA e Movimento Sindical teria feito o Ministério reabrir o sistema para reanálise dos dados que teriam divergências. Tabira e Solidão também estão fora.

Prego batido…

Quem esteve no encontro das oposições ontem em Caruaru tem uma convicção: o bloco terá como candidato o Senador Armando Monteiro. Tem recall da eleição passada, maior número de aliados no interior e é “menos vidraça” que FBC e Cia. Não foram poucos os que passaram essa certeza ao blog.

Frase da semana:

“Dinca fora do governo hoje, tenta ensinar o que é certo. E quando estava dentro, só fazia o errado”.

Flávio Maques, sobre o ex-prefeito

Deixar um Comentário

%d blogueiros gostam disto: