Coluna do Domingão
“Pastores de Bolsonaro” deixaram rastros do esquema de corrupção
O empresário José Edvaldo Brito enviou à Controladoria-Geral da União (CGU) comprovantes de depósitos realizados nas contas de parentes dos pastores suspeitos de desviar recursos da educação.
Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, Wesley Costa de Jesus, genro do pastor Gilmar Santos, recebeu R$ 17 mil em negociação de evento com a presença do então ministro da educação Milton Ribeiro, no interior de São Paulo.
O ex-ministro é o mesmo pelo qual Bolsonaro chegou a dizer que “colocaria a cara no fogo”. Já o pastor esteve com outros representantes de denominações evangélicas várias vezes no Palácio do Planalto em reuniões com o presidente. O governo decretou cem anos de sigilo aos encontros, mas Milton Ribeiro deixou claro estar atendendo Bolsonaro no lobby que favoreceu o esquema.
O comprovante de pagamento data do dia 05 de agosto de 2021. O depositante é a Sime Prag do Brasil LTDA ME (uma empresa de dedetização).
Gilmar dos Santos é um dos pastores que foram alvo da operação da PF nesta quarta (22). O outro é Arilton Moura. Os dois são investigados por suposto envolvimento em um esquema para liberação de verbas do Ministério da Educação (MEC).
Segundo o Brito, o depósito foi feito pelo empresário Danilo Felipe Franco. No mesmo dia, Danilo fez, em seu próprio nome, outros dois pagamentos: R$ 20 mil para Luciano de Freitas Musse, ex-assessor do MEC; e R$ 30 mil para Helder Diego da Silva Bartolomeu, genro do outro pastor, Arilton Moura. Brito disse à CGU que pediu a Danilo para fazer os depósitos.
O parecer do Ministério Público que serviu de base da operação contra os pastores e o ex-ministro menciona um relatório da CGU e cita que “Danilo Felipe Franco realizou três transferências bancárias a pessoas ligadas ao pastor Arilton Moura, totalizando R$ 67 mil. Os três depósitos, para Wesley, Musse e Helder, somam R$ 67 mil”. Segundo as investigações, o dinheiro fazia parte das tratativas.
O evento do ministro Milton Ribeiro com prefeitos da região de Nova Odessa, aconteceu em 21 de agosto, 16 dias depois dos pagamentos. O evento foi organizado pelos pastores que estão sob investigação.
Segundo as investigações da Polícia Federal, o pastor Arilton Moura pediu R$ 100 mil ao empresário José Edvaldo Brito, em troca da realização do evento em Odessa.
O empresário disse que fez os depósitos a pedido do pastor Arilton Moura. Segundo ele, os recursos seriam para ações filantrópicas.
Com autorização da justiça, a Polícia Federal interceptou uma conversa entre o pastor e uma advogada nesta quarta-feira(22). No diálogo, o pastor demonstra preocupação com a esposa e pede à advogada que a tranquilize.
“Eu preciso que você ligue para a minha esposa, acalme minha esposa. Porque se der qualquer problema com a minha menininha, eu vou destruir todo mundo”, afirmou o pastor.
Em resposta, a advogada disse: “Fica tranquilo. Entra em oração para se acalmar e a gente cuida das coisas por aqui”. Não fica claro a quem Arilton estava se referindo quando falou em “menininha”. O presidente continua insistindo que o governo dele não tem corrupção.
São João do Covidão
Autoridades sanitárias e especialistas não escondem o medo de um boom de casos de Covid-19 após os eventos juninos no estado. Só não terão o mesmo efeito do Carnaval de 2020 para a pandemia porque a maioria da população tem juízo e está imunizada. Mas a ocupação de leitos deve aumentar.
Medalha
O radialista Anchieta Santos será homenageado postumamente com a Medalha Dom Francisco, por ocasião dos 113 anos de Afogados da Ingazeira, a serem celebrados no próximo dia 1 de julho.
Dia do Fico
Ligado a Sebastião Oliveira, o prefeito de Triunfo, Luciano Bonfim, até o momento não dá sinais de que vai pular do barco de Danilo Cabral. Segue fiel ao socialista, apoiando ainda José Patriota Pará Estadual. Mesma situação de Joelson, de Calumbi. Esse vai ter que achar um estadual, já que votava em Rogério Leão.
Pagando a dívida
Anti duquistas dentro da gestão Márcia Conrado tentaram botar fogo na relação dos dois após o evento que lançou Sebastião Oliveira na vice de Marília com bênção do pré-candidato a Estadual. Mas, mesmo que não estejam no mesmo palanque, a prefeita apoiará o nome do Solidariedade.
Haja imaginação
Já sobre 2024, é impossível fazer uma leitura precisa, que passa pela eleição estadual. Vitória de Danilo fortalece Márcia. De Marília, fortalece Luciano e Sebastião. Também há um cenário com Duque eleito estadual, outro sem mandato. Já tem maluco imaginando Márcia x Duque em 2024. “Peraí” ou “porque não?”
Pegadinha
Considerando como é fechada com antecedência a agenda de nomes como João Gomes, muitos acham que Sandrinho já tinha certas as atrações que lançou nesta quinta quando anunciou a penúltima parte da grade dia 17. “Não disse que a grade estava totalmente fechada”, destacou no início do anúncio final.
E agora?
O ex-prefeito de Afogados da Ingazeira, Totonho Valadares (PSB) estará no Debate das Dez da Rádio Pajeú nesta segunda (27). Em 2018, a Coluna deu em primeira mão que Totonho decidira votar em Bolsonaro. Agora vai dizer se segue o mito, Lula ou plano C, de Ciro.
Toca Raul
Cresceram os rumores de que Raul Henry (MDB) possa ser o candidato a vice na chapa encabeçada por Danilo Cabral. A ideia seria segurar o MDB na Frente, reposicionar Raul, que teria eleição difícil pra Federal e agregar qualidade à chapa.
Treze
No Pajeú até segunda ordem, catorze prefeitos estão declarando apoio a Danilo Cabral (PSB). Só não votam no socialista Nicinha Brandino, de Tabira, Zé Pretinho, de Quixaba e Sávio Torres, de Tuparetama, que vão de Miguel Coelho, do União Brasil. E Irlando Parabólicas, com Marília Arraes (SD).
Frase da semana:
“O presidente me ligou e acha que vão fazer busca e apreensão”.
Do ex-ministro Milton Ribeiro, revelando a uma filha o contato de Jair Bolsonaro, para investigadores sinal de que o presidente sabia e vazou a operação.