Coluna do Domingão
Não há limites para a busca da justiça
A morte do agente Charles Souza em Afogados da Ingazeira, vítima da ignorância e violência praticada por travestidos de motociclistas ainda é o assunto que mais repercute nas redes sociais.
Além da própria violência gratuita, gerou debate sobre até onde vai o limite do comportamento ético de autoridades policiais, em várias frentes.
Também já deixou algumas certezas: uma delas, de que Charles foi vítima da ignorância absoluta. Morreu porque integrantes de grupos como Abutres tem um código de conduta que, por exemplo, impede (pasmem) que o banheiro de um espaço seja usado se um líder do grupo estiver no local. Charles enfrentou essa regra. Morreu porque insistiu em ir ao banheiro.
Outra certeza, a de que se não fosse o sistema de filmagem do local onde aconteceu o crime havia probabilidade de que ficasse impune. Também de que o governo quis dar resposta rápida e escalou o que tem de melhor para elucidar o crime. Isso inclui a apuração da responsabilidade do Delegado de Arcoverde, Renato Gayão, que apareceu nas imagens assistindo parte do episódio e depois se retirou do local.
A partir daí, não são poucos os que questionam, a começar do Sindicato dos Agentes porque ele respondeu algumas perguntas, disse não saber quem participou da ação e foi liberado inclusive para trabalhar, em relato do Delegado Germano Ademir ao G1PE. Também de como com tantas pessoas envolvidas não houve prisão em flagrante.
A posterior reação da própria SDS ao caso indica necessidade de ir a fundo às respostas. Debater essa questão não pode ser tema proibido. Deve ser também papel da sociedade, em nome de justiça para todos.
Lundu de gente grande
A reação de prefeitos que ameaçam romper com o Cimpajeú porque Marconi Santna e não Ângelo Ferreira ganhou a eleição é o que se pode chamar de desnecessária e não republicana. O consórcio é importante e a unidade é premissa irrevogável. Além disso, perde quem sair. Ficam fora das pautas e conquistas regionais.
Não digeriram
Os prefeitos Evandro Valadares (São José do Egito), Ângelo Ferreira (Sertânia), Geovane Martins (Santa Terezinha), Tião Gaudêncio (Quixaba), Sebastião Dias (Tabira), Tânia Maria (Brejinho) e Adelmo Moura (Itapetim) não gostaram do resultado, obviamente. Mas se espera nada além disso.
Uma coisa é uma coisa…
A recepção educada e republicana de Luciano Duque a Michel Temer amanhã na entrega do IF-Sertão é obrigação. Na semana, houve quem ligasse o ato às críticas que fez ao peemedebista e à queda de Dilma em abril.
Mas vai ter protesto
O PT e movimentos sociais organizam atos da série “golpista” e “Fora Temer”. Vão tentar dar visibilidade às críticas contra o peemedebista. Outra coisa é outra coisa…
Perguntar não ofende
Qual será a postura de petistas mais orgânicos que estão dentro do governo Luciano Duque na vinda de Temer nesta segunda? Participam da entrega do IF-Sertão xingando Temer baixinho, como ventríloquos? Vão pro outro lado e seguram cartazes “Fora Golpista”? Ou arrumam um atestado de indisposição estomacal e vão ficar em casa?
Chance de ouro
Com Temer na sua casa, Duque também terá chance de provar o quão verdadeiro é seu interesse em destravar o
SAMU regional. Se o que diz é que o impasse está na garantia dá fatia do Governo Federal, deve aproveitar e pedir empenho para o serviço funcionar. A população de 35 cidades agradece.
Palavra proibida
De tanto tentar evitar informar o que levou Patriota à mesa de cirurgia, por preconceito e para evitar piadas nas redes de outros preconceituosos de plantão, o staff da prefeitura quase decretou a banição dos dicionários por um mês da palavra hemorróidas.
Não é que o HR melhorou?
Um dos maiores alvos históricos de críticas na região, o HR Emília Câmara, em Afogados da Ingazeira, teve melhora acentuada na qualidade do atendimento. Caíram as transferências, o que foi batizado de ambulâncioterapia, inclusive de gestantes, as cirurgias eletivas foram zeradas e está sendo montada uma sala vermelha com terapia semi intensiva. A diretora Leandra Saldanha comemorou os números falando à Rádio Pajeú.
Frase da semana: “A falta de abertura ao diálogo nos levou a abstenção”. De Ângelo Ferreira, justificando o gesto de deixar a votação dos que não concordaram com a eleição de Marconi Santana.