Coluna do Domingão
O que falta pro dez
O jornalismo que não tem compromisso com lado sabe questionar com rigor quando necessário e documentar, registrar o que merece menção honrosa.
Assim, cabe o registro do passo anunciado ontem com a presença do governador Paulo Câmara e do Secretário André Longo – mais uma penca de políticos pra sair na foto – na entrega da primeira etapa do Hospital Geral do Sertão Eduardo Campos, com 10 leitos de UTI e uma programação gradual de abertura, chegando a 58 vagas, sendo 30 de UTI. No pacote, ainda anunciou dez leitos de UTI com hemodiálise para o Hospital Regional Emília Câmara.
O Pajeú esperava a anos por esse anúncio. Ele não deixa de resgatar a memória de muitos que morreram ou sofreram por décadas sendo transportados para unidades de Recife ou Caruaru por falta de unidades de referência na região.
Por muito tempo, os hospitais Agamenon Magalhães e Emília Câmara foram unidades de transição em casos de urgência e emergência, com a mera atribuição de constatar o já constatado, recorrer à Central de Regulação e transferir.
E olha que melhoraram muito. Antes de setembro de 2017, o Hospital Regional não servia sequer pra isso. Mães pariam seus filhos a quilômetros de casa, plantões não tinham médicos, uma esculhambação. Do ponto de vista prático – sem entrar na polêmica envolvendo as Organizações Sociais – A unidade melhorou muito, apesar de não haver como poupá-la de negligências, gostem ou não, como no caso Roseane semana passada.
O Hospam também ganhou novos ares. O ciclo atual, do Diretor João Antonio Magalhães, tem sido merecedor de elogios em Serra, mesmo com a pressão natural da era Covid.
Mas faltava à região um cinturão de cobertura de Unidades de Terapia Intensiva. As poucas estavam na rede privada em Serra Talhada, para poucos. Mesmo as conveniadas com o SUS tinham dificuldade de acesso da população mais pobre.
O que queremos e exigimos como cidadãos da região é que os equipamentos tenham operacionalidade real, com intensivistas, nefrologistas, demais especialistas e auxiliares que façam a roda da atenção intensiva girar.
Da mesma forma que médicos sem equipamentos ou insumos são impotentes, estruturas sem profissionais são inoperantes, não nos servem. O passo de ontem foi muito importante. Parabéns à sociedade que cobrou, aos políticos que foram porta-vozes, a todos que se envolveram até aqui. E para o dez, vamos aguardar a prova real…
Seletivo
O médico João Veiga disse que “alguém tá ganhando muito” com os investimentos de prevenção à covid, referindo-se à municipio do Pajeú. É crítico seletivo. Não deu um pio sobre os gastos do Estado e principalmente do Hospital Tricentenário, do qual faz parte. Só em Serra Talhada, o TCE identificou R$ 1.377.102,25 que deveriam ser cortados no Pregão Eletrônico nº 048/2020, para EPI’s das novas unidades entregues esta semana.
Dor real
O médico Matheus Quidute, que acompanha evolução de pacientes Covid nas UTIs de Imip, Santa Joana e Português trouxe relatos emocionantes de pacientes jovens que morreram pela doença. Graças à sua sensibilidade, alguns tiveram o direito ao último contato com familiares. O áudio que vocês escutam abaixo é comovente e também serve para confrontar os negacionistas:
Chegaram
Em meio ao anúncio da instalação de dez leitos de UTI feitos pelo Secretário de Saúde André Longo, equipamentos já chegaram ao Hospital Regional Emília Câmara como mostra a foto. Os leitos de UTI deverão inclusive ter suporte de terapia renal substitutiva. Promessa de que estarão prontos em agosto.
Só que não
Pelo debate que se gerou em torno desse episódio, a UTI do Hospital Regional Emília Câmara bem que poderia se chamar Roseane Oliveira do Nascimento, símbolo do que a falta desse equipamento pode causar. Mas já sabemos, vai virar nome com algum sobrenome tradicional por aí…
‘Que mané’ genocida…
Pesquisas da semana mostraram que de fato, o pagamento do Auxílio Emergencial bombou o presidente Jair Bolsonaro visando 2022. São mais de 40 milhões de famílias atendidas. Resumindo, Bolsonaro noves doido fora, menos Queiroz, vezes cloroquina, o que vale é dinheiro no bolso.
Quem vai, quem fica
Dos “ungidos” por Armando Monteiro, tem chances reais Miguel Coelho (Petrolina), Márcia Conrado (Serra Talhada) , Sávio Torres (Tuparetama) e Felipe Tavares, se candidato de Tássio em Santa Cruz. Precisa crescer Zé Negão (Afogados da Ingazeira). É visto como zebra Anderson Lopes, de Itapetim. Citado por ele, Dessoles ainda não se assumiu candidato em Iguaracy.
Pega o defunto!
Um caixão lacrado, em plena BR-101 Sul, nas imediações do bairro da Charneca, no Cabo de Santo Agostinho, com um morto dentro caiu de um carro funerário. O motorista só deu falta meia hora depois, quando voltou para resgatar o caixão. O morto não se manifestou, segundo Magno Martins.
Frase da semana:
“O Hospital Eduardo Campos será divisor de águas na região”.
Do Secretário de Saúde André Longo, sobre o papel da unidade na saúde da região sertaneja.