Sem André, Teresa e Gilson polarizam debate
Sem André de Paula, que alegou problemas de voz, o debate com candidatos ao Senado promovido pela Maranata FM foi polarizado entre Teresa Leitão e Gilson Machado, pela nacionalização do debate.
O debate foi reproduzido pela Rádio Pajeú. Este blogueiro participou como presidente da ASSERPE e integrou a comissão que julgou direitos de resposta, ainda integrada pelo advogado Emílio Duarte e pela jornalista Wanda Nascimento.
A emissora e o mediador Wanderson Medeiros exploraram bastante a cadeira vazia do postulante do PSD.
O primeiro tema foi segurança. O candidato Guilherme Coelho defendeu mais policiais na rua com condições de trabalho. Também defendeu tecnologia e inteligência, criticando a baixa resolutividade dos crimes no estado.
Carlos Andrade, do União Brasil, destacou que Pernambuco é o estado com maior índice de mortes per capita do Brasil. “A impressão é que o estado desistiu da gente”.
Teresa defendeu valorização dos profissionais de segurança, ingresso por concurso público, com segurança cidadã, que atua para todos. Defendeu ainda políticas de prevenção ao feminicídio. Foi na defesa do estado falando da ampliação de delegacias da mulher e o Pacto Pela Vida.
Gilson Machado disse que a segurança de Pernambuco está entregue. “Porto de Galinhas foi alvo da violência com explosão de bancos e entregue aos bandidos. Em Caruaru a Rádio Cultura foi invadida durante um programa”. Disse que enquanto a criminalidade no Brasil cai, Pernambuco teve uma alta.
Eugênia Lima, disse que o tema é complexo, não envolvendo apenas militarização. “A política de Bolsonaro foi armar a população e não distribuir livros. Ele terá a arma do Estado e quer entregar à população “. Disse que temos a polícia que mais mata e a polícia que mais morre. “Precisamoa de uma polícia cidadã. A que chega na periferia chega batendo e matando”.
Mas o debate esquentou entre Gilson Machado e Teresa Leitão. Gilson lembrou uma frase de Teresa de que a facada em Bolsonaro tinha sido uma Fake News. “A senhora continua afirmando isso?” Teresa rebateu: “acho interessante um candidato como Vossa Excelência falar em intolerância política. É o que vocês mais fazem com mulheres, jornalistas. Eu nunca vi uma explicação condizente com aquela situação lamentável. Mas até hoje está sem explicação”.
“Arrodeia, mas não responde. Sim ou não? É muito arrodeio. O álcool baixou em Pernambuco porque intervi. Sou como suco de pacote. Pronto e preparado”. Teresa retrucou: “Primeiro me respeite. A cada pesquisa que mostra Lula subindo o combustível baixa. Política é sim, sim, não não. Estou ponderando e pedindo que se concluam as investigações “.
A nacionalização do debate também movimentou outros blocos. Teresa Leitão e Guilherme Coelho debateram a importância da agricultura familiar em contraponto ao agronegócio.
Eugênia disse defender Teresa ao perguntar a Gilson Machado sobre a extinção do Ministério da Cultura e leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo. Gilson rebateu dizendo que havia absurdos com uso de recursos da lei Aldir Blanc, citando uma exposição em que crianças tocavam um homem nu e a peça Jesus Cristo, Rainha do Céu. “Passei seis anos pra receber cachê em Pernambuco”. Ela retornou falando do Auxílio Brasil de R$ 600. Queria 205 e pra janeiro, R$ 405. “Seu presidente entrega o maior rombo do país, rombo nas estatais, ministros e presidente presos”.
No bloco de perguntas dos ouvintes, Teresa voltou a cutucar. “Lula deixou mais de 350 bilhões em reservas. Quero ver quanto Bolsonaro vai deixar”.
Gilson: “Você passou oito anos defendendo Paulo Câmara. O pior governador para segurança. O que diz ao povo de Porto de Galinhas, à Rádio invadida?” Teresa: “Sou candidato de nove partidos, uma aliança que vai eleger Lula e tirar o Brasil do mapa da fome. O governador Paulo Câmara é um dos governadores da Frente. Tenho 28 anos de Deputada. Nunca fui adesista nem oposição pro que der e vier. No Senado vou trazer muitos recursos para Pernambuco. O candidato pensa que é governador ou ministro”.
Gilson: “A pessoa arrodeia e não responde. Política pode tudo em nome do poder?” Teresa: “A coerência está na aliança política que se reflete em Pernambuco. Política pode negociação em barras de ouro? A PF não investigar os filhos do presidente?”
Eles também se enfrentaram sobre o tema desemprego. “Deixamos esse país com 5% de desemprego”, disse Teresa. “É desonestidade afirmar que o governo Dilma Roussef deixou essa inflação “, criticou. Gilson e Teresa se acusaram de bravateiros, quanto o clima esquentou.
Veja algumas fotos dos bastidores do debate: