Rio Pajeú ganha vida com chuvas, mas imagens escondem abandono
Nas redes sociais, não são poucas as imagens do Rio Pajeú, que dá nome a toda uma região, ganhando vida com as últimas chuvas, como no vídeo acima, feito no município de Calumbi.
Ele alimenta barragens, algumas que estavam em colapso, ajudam no plantio em áreas ribeirinhas, renasce como um importante afluente do Rio São Francisco.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o rio nasce na serra da Balança, no município de Brejinho, próximo à divisa entre os estados da Paraíba e Pernambuco.
O riacho do Navio — famoso em virtude da canção de Luiz Gonzaga e do livro Caminhos do Pajeú do escritor Luís Cristóvão dos Santos — é um de seus afluentes.
Nas margens do rio Pajeú, encontramos as cidades de Itapetim, Tuparetama, São José do Egito, Ingazeira, Afogados da Ingazeira, Carnaíba, Flores, Calumbi, Serra Talhada, Floresta e Itacuruba, todas no estado de Pernambuco. Nesta última cidade, o rio se encontra com o rio São Francisco, do qual é afluente.
Entretanto, em todos os seus 353 quilômetros, o Rio sofre com esgotos jogados em seu leito. A grande maioria das cidades da região não se preocupam em tratar esgotos jogados no Rio.
Em cidades como Afogados da Ingazeira e Itapetim, há projetos de saneamento em andamento. Mas em Afogados, por exemplo, só uma parte foi executada e não há previsão de conclusão.
Recentemente, houve recomendação em Serra Talhada para não uso das águas da barragem do Jazigo, que desaguam no Rio Pajeú, e da barragem de Serrinha, que abastece mais de 450 comunidades rurais.
Laudos do Lacen, de Recife mostraram as águas das duas barragens contaminadas com uma quantidade significativa de Cilindrospermopsinas e Saxitoxinas.
Uma das principais causas, a falta de saneamento nas cidades. E o pior, não há anúncio de uma ação coletiva via Cimpajeú, por exemplo, na luta por uma solução para o Rio. Uma ameaça à vida e às futuras gerações.