Quatro anos após a Copa, Arena de Pernambuco vive incerteza no futebol
Arena de Pernambuco tem apenas uma partida confirmada para 2018 e tenta compensar com a atração de eventos para não fechar operação no vermelho
Do JC Online
Vista como o futuro do futebol pernambucano em 2014, a Arena de Pernambuco entra em um ano de incertezas dentro do esporte. Até o momento, apenas uma partida oficial está agendada para o estádio em 2018: o confronto de volta entre Náutico e Itabaiana, válido pelo pré-Nordestão. Parceiro antigo, o Alvirrubro realizou no estádio apenas quatro das últimas oito partidas do clube em 2017. E a tendência é o número ser ainda menor a partir de abril, quando o Timbu deve retornar aos Aflitos. Até lá, a diretoria do Náutico ainda não confirmou onde irá realizar suas partidas, com o estádio em São Lourenço da Mata sendo uma possibilidades. Já Santa e Sport não possuem partidas confirmadas lá. Uma realidade dura para quem precisa fechar uma conta de R$ 900 mil.
Diante de um calendário mais enxuto com relação ao futebol, a solução para a Arena tem sido a realização de eventos que não estão ligados ao trio de ferro da capital. Em 2017, o local recebeu o “Domingo na Arena”, que visa integrar o espaço com a população, ações religiosas, como a Obra de Maria e o centenário da Assembleia de Deus, além de eventos corporativos e partidas de futebol americano com o Recife Mariners. De acordo com o presidente da Arena de Pernambuco, Kléber Borges, para o próximo ano deverá ocorrer um aumento de 20% no número de eventos não relacionados ao futebol no equipamento.
“O empresariado pernambucano cada vez mais está descobrindo as possibilidades multiuso da Arena de Pernambuco. Isso levou a um substancial aumento de eventos corporativos em 2017, além do Domingo na Arena que já é uma programação consolidada no calendário do equipamento e, principalmente, da comunidade. A tendência é que 2018 apresente um aumento de 20% em relação ao número de eventos”, declarou. De acordo com Borges, duas grandes atrações já estão confirmadas para a 2018: o Playground Festival e a partida entre o Barcelona Legends e a Seleção Pernambucana, com a perspectiva de que outros possam ocorrer no segundo semestre.
Mesmo com o pouco número de partidas garantidas ao longo do ano, o presidente da Arena de Pernambuco fez questão de afirmar que o futebol segue como o carro-chefe do equipamento. “Há negociações em curso com os clubes pernambucanos para realização de seus jogos na Arena de Pernambuco em 2018, tanto pelos campeonatos regionais como nacionais, como aconteceu em 2017. Desde 2016, todos os clubes recifenses mandaram pelo menos uma partida no estádio, seja por contratos firmados jogo a jogo ou em pacotes”, declarou.
O problema de mobilidade é outro fator que prejudica a Arena. Sem uma linha de BRT ou de ônibus para locomover o público dos eventos que são realizados no local, o estádio segue dependendo do metrô e de esquemas especiais para atender sua demanda. Algo que atrapalha no plano de que o equipamento gere renda.
Custo de operação da Arena de Pernambuco é de R$ 900 mil por mês
Gerenciado pela Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer do Governo de Pernambuco, o equipamento teve os custos de manutenção reduzidos. Hoje é de R$ 900 mil reais por mês. Mas, apesar dos avanços na construção de um calendário menos dependente do esporte, o número ainda não é suficiente para dar sustentabilidade financeira. Um prejuízo que afeta diretamente os cofres públicos.
“Atualmente, os custos de manutenção e operação da Arena giram em torno de R$ 900 mil por mês, mas o trabalho de redução é constante entre toda a equipe de operações. As arrecadações com eventos ainda não são suficientes para cobrir os investimentos, mas cada vez mais nossa equipe comercial está trabalhando na captação de eventos com o objetivo de diminuir custos”, declarou Kléber Borges.