PF investiga uso de lotérica para lavagem de dinheiro em Pernambuco
G1-PE
A Polícia Federal (PF) desencadeou, hoje, uma operação contra um grupo suspeito de utilizar casas lotéricas de propriedade de políticos para “lavar dinheiro” de desvios de verba pública e de corrupção. Entre os bens apreendidos, segundo a PF, estavam carros de luxo das marcas BMW e Land Rover, além de documentos.
Ao todo, foram emitidos 25 mandados de busca e apreensão para endereços no Grande Recife, em Caruaru, no Agreste, e em Floresta, no Sertão, dentro da operação Mapa da Mina, que contou com apoio da Controladoria Geral da União (CGU).
Ao menos uma loteria, com o mesmo nome da ação desta quarta, foi alvo de mandado, segundo a PF. Os nomes dos investigados não foi divulgado, nem o detalhamento de outros bens apreendidos.
A investigação começou a partir de outra ação da PF, denominada Decimus, que identificou um grupo empresarial comandado por oficial da Polícia Militar com atuação na área de vigilância e de serviços gerais. Apenas duas empresas desse grupo receberam, desde 2013, cerca de R$ 175 milhões dos cofres públicos. No entanto, a PF não informou se esse dinheiro teria sido desviado.
Segundo a PF, esse grupo teve “crescimento econômico vertiginoso a partir de 2013” através de contratos com entidades públicas municipais, estaduais e federais, mediante dispensas de licitação suspeitas ou processos licitatórios direcionados.
Na primeira fase da operação, os indícios encontrados pela PF apontaram que os políticos investigados atuavam em parceria com o grupo empresarial junto a dirigentes de órgãos públicos, com o objetivo de direcionar licitações – ou a dispensa delas – para favorecer as empresas.
Segundo a PF, as firmas beneficiadas com os contratos públicos “transferem dinheiro rotineiramente para cinco casas lotéricas dos agentes públicos envolvidos”.
Os estabelecimentos, de acordo com a polícia, são mantidos “apenas para viabilizar o processo de lavagem de dinheiro, já que as lotéricas não geram lucros reais para seus sócios”. Feitas desde 2013, as transferências ultrapassam os R$ 14 milhões.
Os envolvidos podem responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, fraude a licitações, peculato e corrupção ativa. Além de 100 policiais federais, auditores da Controladoria Geral da União participaram do cumprimento dos mandados.