Operação desesperada por joias envolve 15 servidores no governo Bolsonaro, diz PF
Investigação revela esforços do ex-presidente para recuperar bens valiosos retidos pela Receita Federal
De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, nesta quarta-feira (10), a Polícia Federal (PF) revelou que o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro mobilizou 15 servidores em uma tentativa desesperada de recuperar joias valiosas que haviam sido retidas pela Receita Federal. A operação teria envolvido diversos níveis do governo e demonstrado uma preocupação intensa com a recuperação dos bens.
Os itens, que incluem um conjunto de joias, foram retidos pelas autoridades aduaneiras por não terem sido devidamente declarados. Segundo a Folha, as joias estavam destinadas a Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, e foram interceptadas no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em outubro de 2021. A Receita Federal impediu a entrada dos bens por considerá-los um presente de alto valor não declarado, o que violaria as regras aduaneiras brasileiras.
A investigação da PF detalha que o governo Bolsonaro acionou uma série de servidores em diferentes ministérios e órgãos para tentar liberar as joias. Entre os envolvidos estavam funcionários do Ministério da Economia, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e até mesmo do Palácio do Planalto. A operação se intensificou com várias tentativas frustradas de reaver os itens, incluindo apelos diretos a membros da Receita Federal.
Segundo a Folha, a PF está apurando se houve abuso de poder ou tráfico de influência nas ações dos servidores mobilizados. A investigação se concentra em entender se as tentativas de recuperar as joias foram conduzidas dentro da legalidade ou se ultrapassaram os limites do que é permitido pela lei.
Este caso acrescenta mais uma camada às controvérsias envolvendo o governo Bolsonaro, levantando questões sobre a transparência e a legalidade das ações do ex-presidente e de sua equipe. A mobilização intensa para recuperar as joias também lança luz sobre as prioridades do governo durante um período marcado por diversas crises políticas e econômicas.
A Folha de S.Paulo destaca que a investigação está em andamento e que novos detalhes podem emergir, potencialmente implicando mais pessoas e esclarecendo a extensão das ações realizadas para tentar recuperar as joias retidas. A situação continua a ser monitorada de perto pela imprensa e pelas autoridades competentes.