“O Massacre de Angico – A morte de Lampião” é encenado no Sertão pernambucano
Espetáculo teatral acontece entre os dias 27 e 31 de julho, na Estação do Forró, em Serra Talhada; expectativa é reunir mais de cinquenta mil pessoas nos cinco dias da temporada
A 5ª edição do espetáculo “O Massacre de Angico – A Morte de Lampião”, que conta a vida do Rei do Gangaço, Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, afamado como herói e bandido, e seu bando, acontece entre os dias 27 e 31 de julho, às 20h, na Estação do Forró (antiga Estação Ferroviária), em Serra Talhada, no Sertão pernambucano. A peça mostra o perfil apresentado deste homem, símbolo do Cangaço, visto por outro viés, bem mais humano. A expectativa é reunir mais de cinquenta mil pessoas nos cinco dias da temporada. O evento é gratuito.
O espetáculo tem direção do ator e dramaturgo José Pimentel e conta no elenco com artistas locais e atores do Recife e de Olinda. “Lampião me faz recordar meu pai, Virgínio Pimentel, que costumava me contar a história de que o encontrou duas vezes, antes mesmo de eu nascer. Tinha uma foto lá em casa com meu pai vestido de cangaceiro e usando os dois punhais que ele ganhou de presente! Por isso, desde pequeno, eu ouvia falar bem de Lampião, que para mim sempre foi um herói”, afirma Pimentel.
O intérprete de Lampião é o ator e dançarino Karl Marx , integrante do Grupo de Xaxado Cabras de Lampião. “A responsabilidade é grande porque se trata de um personagem que mexe com a imaginação das pessoas, que influenciou a cultura popular sertaneja, os valores morais e até o modo de viver do nosso povo”, conta ele. A atriz e cantora alagoana Roberta Aureliano, que passou toda a infância em Serra Talhada, fará o papel de Maria Bonita.
A peça é concebida a partir do único texto dramatúrgico sobre o tema, escrito pelo pesquisador do Cangaço, Anildomá Willans de Souza, natural de Serra Talhada, mesma cidade onde Lampião nasceu. “Eu quis mostrar o outro lado deste homem, que chora, se apaixona, sente medo da morte pressentida, faz declarações de amor. Um Lampião diferente, mais gente: um Lampião com alma, que fala de morte sim, mas também de amor. Que desafia o inimigo com um punhal, mas, ao clarão da lua sertaneja, declara-se poeticamente à mulher amada. Essa é proposta do espetáculo”, revela Anildomá.
A peça acontece desde 2012 e conta com os apoios da Fundação Cultural Cabras de Lampião, Empetur/Governo do Estado de Pernambuco e Prefeitura Municipal de Serra Talhada, além de diversas empresas locais.