No registro da Aeronáutica, cirurgia capilar de Renan foi evento de serviço
Do Blog de Josias de Souza
Ao ceder um jato para que Renan Calheiros voasse de Brasília para Recife na última quarta-feira (18), a Força Aérea Brasileira imaginou que transportava o presidente do Congresso Nacional para um compromisso oficial, não para uma cirurgia de implante capilar.
No registro do Comando da Aeronáutica, está escrito que Renan viajou a “serviço”. O jato que o conduziu decolou às 22h15, no horário de Brasília. E pousou às 23h30, no horário local da capital pernambucana. Havia quatro passageiros a bordo. A FAB não informa os nomes dos três acompanhantes de Renan.
A despeito da clareza dos fatos, Renan decidiu consultar a FAB antes de restituir ao Tesouro o dinheiro que o contribuinte gastou no voo que ele não estava autorizado a fazer. Nesta segunda-feira, o senador remeteu um ofício ao comandante da Aeronáutica, brigadeira Juniti Saito.
No texto, perguntou a Saito se houve alguma irregularidade no voo. Depois de enviar o ofício, Renan como que caiu em si. E mandou dizer que vai devolver o dinheiro independentemente da resposta do brigadeiro. Quanto? O Senado não informa. A FAB também não.
Não é a primeira vez que Renan voa ilegalmente nas asas do contribuinte. Em junho, sob o ronco das ruas, o senador viajou de FAB com sua mulher, Verônica, para um casamento em Trancoso, na Bahia.
Ante a má repercussão do episódio, Renan acabou devolvendo R$ 32 mil ao erário. A FAB não informa quanto custou a você, caro contribuinte, a reincidência de Renan.