Na COP26, Câmara não tem o que apresentar sobre o Sertão
O governador Paulo Câmara participa da COP26, em Glasgow, na Escócia.
Segundo nota, “com o compromisso de ampliar a inserção dos chamados governos subnacionais no enfrentamento ao aquecimento global e no desenvolvimento sustentável”.
Ele também apresenta as ações estaduais voltadas para a preservação ambiental e firma parcerias contra o desmatamento ilegal, demonstrando que a agenda ambiental do Brasil não se resume aos retrocessos registrados no âmbito federal.
Mas, registre-se, não há o que comemorar no ciclo do gestor na agenda ambiental do Sertão de Pernambuco.
Salvo ações isoladas de criação de algumas unidades de preservação sem nenhuma fiscalização, pelo contrário, o estado tem sido inerte na elaboração de políticas públicas que combatam o desmatamento da caatinga e o processo de degradação dos rios.
Há anos, desde seu primeiro governo, o Grupo Fé e Política, da Diocese de Afogados da Ingazeira apresenta relatórios mostrando a realidade do desmatamento desenfreado. A situação chegou a status de calamidade, como foi demonstrado no recente encontro promovido por Articulava do Semi Árido, Centro Sabiá e Diocese de Afogados da Ingazeira.
Um diagnóstico mostra que grande parte da vegetação original do bioma foi dizimada. Não é tão difícil examinar solução que ajude a reverter o problema.
Uma ação integrada com municípios que aumente a fiscalização da madeira que sai da região, com apoio da Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (CIPOMA), mais parcerias para ações amplas de saneamento em parceria com.o Governo Federal para livrar o Rio Pajeú, por exemplo, da atual fase de pré morte, seriam fundamentais.
Sem essas ações e ignorando os apelos da região, a visita do governador a Glasgow vai virar “conversa pra escocês ver. E só”.