Juventude, informação e democracia: Um desafio contemporâneo
Navegando pelo meu feed do Instagram neste domingo (14), me deparei com duas informações de extrema importância, que mostram estudos recentes que revelam aspectos cruciais sobre a juventude contemporânea, destacando tanto sua relação com a informação quanto seu posicionamento político.
A primeira informação, divulgada pela Fundação Tide Setubal, revela que segundo a pesquisa TIC Kids Online, conduzida pelo NIC.br, 43% dos jovens enfrentam dificuldades em verificar a veracidade das informações que consomem, evidenciando um desafio na formação de uma participação bem informada na sociedade.
Já a informação divulgada no Portal de Jornalismo Antirracista Notícia Preta, aponta que por outro lado, um estudo global conduzido pela Agência Internacional de Pesquisas Glocalities aponta para um fenômeno preocupante: o crescimento do conservadorismo entre os jovens, resultado do “desespero e desilusão” com a política tradicional. Essa pesquisa, que analisou mais de 300.000 indivíduos em cerca de 20 países, incluindo o Brasil, ressalta uma tendência de aumento do conservadorismo em contraponto à ascensão de movimentos e partidos de direita.
A intersecção desses dados revela um panorama desafiador. Enquanto parte significativa da juventude carece de habilidades para discernir informações confiáveis, outra parcela se vê cada vez mais atraída por discursos conservadores, muitas vezes caracterizados pelo simplismo e pela polarização. Esse contexto apresenta uma ameaça à saúde democrática, que depende da participação informada e crítica de seus cidadãos.
Diante disso, surge a urgência de investir em educação para a democracia e alfabetização midiática e digital. A capacidade de discernir entre informações verdadeiras e falsas é essencial para a formação de cidadãos conscientes e engajados. Além disso, é preciso compreender as razões por trás do crescente conservadorismo entre os jovens e buscar alternativas que os aproximem da política de maneira construtiva e inclusiva.
A democracia só pode florescer quando seus participantes são capazes de compreender, questionar e contribuir para o debate público de forma informada e responsável. Portanto, é fundamental que a sociedade como um todo, desde instituições educacionais até governos e organizações da sociedade civil, se mobilize para promover a educação e o engajamento cívico dos jovens, garantindo assim um futuro democrático e plural.