Fabrício Queiroz e ex-assessores de Flávio Bolsonaro são alvos de busca em investigação sobre rachadinha
Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Bolsonaro, está entre os alvos
Ex-assessores do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), entre eles Fabrício Queiroz, são alvo de mandados de buscas e apreensão na manhã desta quarta-feira (18).
Também são investigados Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (sem partido-RJ), e parentes dela que foram empregados no gabinete de Flávio.
As medidas fazem parte da investigação da suspeita de que havia a “rachadinha” — um esquema de repartição de salários — no gabinete do parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde ele foi deputado estadual por quatro mandatos.
O G1 falou com Ana Cristina às 7h57. Ela disse que não poderia falar no momento e pediu para que a reportagem ligasse mais tarde.
Guilherme dos Santos Hudson, tio de Ana Cristina, disse que não pode dar informações porque o processo está em segredo de Justiça. Questionado sobre ter sido assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj, Guilherme disse que não teme a investigação, pois não deve nada a ninguém.
“Meu amigo, tá tudo escrito naquela reportagem. Então é aquilo que está sendo investigado. Pode ser investigado, não devo nada a ninguém. Não tem problema nenhum”, garantiu. A assessoria de Flávio Bolsonaro informou, às 7h56, que não tinha posicionamento naquele momento.
Em nota, a defesa de Fabrício Queiroz informou ter recebido a notícia da busca “com tranquilidade e ao mesmo tempo surpresa”. “É absolutamente desnecessária, uma vez que ele sempre colaborou com as investigações, já tendo, inclusive, apresentado todos os esclarecimentos à respeito dos fatos”, disse.
A força-tarefa obteve na Justiça, em maio, a quebra dos sigilos fiscal e bancário de 96 pessoas e empresas — incluindo Queiroz e Flávio.
A investigação foi instaurada em 31 de julho do ano passado, meses depois que o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf, hoje Unidade de Inteligência Financeira) enviou um relatório ao MP com movimentação atípica de Queiroz num total de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
O caso ficou parado de julho até novembro, aguardando decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a legalidade do compartilhamento dessas informações sem autorização judicial.