Em Serra, vereador André Maio atrai questionamentos por apoio a Charlles de Tiringa
Em uma postagem nas redes sociais o vereador André Maio, ligado ao grupo de Sebastião Oliveira, declarou seu “total e irrestrito apoio” à pré-candidatura de Charlles de Tiringa a Deputado Federal.
Ele trocou o apoio que havia sinalizado a Waldemar Oliveira alegando que “trabalhou fiado” pra o Federal, além de garantir apoio ao seu irmão, Sebastião Oliveira, para Estadual.
Em sua defesa, diz que o candidato pelo PSDB “é um exemplo de superação, de coragem e de fé. Um homem que saiu da roça, da zona rural, que morou em casa de taipa, que enfrentou todas as dificuldades da vida, mas que nunca desistiu de sonhar. Pelo contrário: transformou sua luta em vitória e sua história em inspiração para milhares de pessoas”.
De fato, Charlles e Tiringa, com milhões de seguidores, tem um espaço no país construído através do humor. As tiradas envolvendo o sisudo Tiringa, descoberto por Charlles, rodam o país. A pergunta que fica é qual plataforma, programa, ideias serão defendidas por Charlles, se eleito.
Aliado e adepto do bolsonarismo, um direito, o humorista e empresário tem aderido a pautas ultra conservadoras. Em uma das mais polêmicas, disse em determinada oportunidade que os pais tinham direito de escolha a vacinar ou não seus filhos, expondo a filha menor no colo.
Não apenas em Pernambuco, políticos têm buscado amparo em influencers. Não pelo conteúdo programático ou posições, mas pelo que podem oferecer de votos com o apoio dos que condenam a política tradicional. É o que se chama “efeito Tiririca”, referência ao humorista que teve votação recorde com o slogan “pior do que está, não fica”.
Recentemente, o presidente da AMUPE, Marcelo Gouveia comemorou a filiação de Galo Cego, cuja imagem é rigorosamente ligada ao humor, sem nenhuma contribuição ao debate sobre os desafios do país.
Pior, não há uma legislação que coloque os mortais comuns no mesmo patamar desses nomes, mais fortes em influência que conteúdo, inclusive, com estrutura econômica para em alguns casos construir bases de apoio que tornam ainda mais desigual a disputa.
Não há crítica à atividade humorística. Ao contrário, em um país de desigualdades, a resiliência do brasileiro está em rir de tudo e nisso, eles são queridos e exaltados por esse talento. O debate reside no modelo de país que queremos e que espaço há para eles nesse sentido, de contribuir em desafios tão complexos que o país aponta para o futuro.
Boa sorte, Brasil…















