Editorial: parceria institucional x independência editorial
Na crítica que fez a parcerias institucionais da prefeitura de Carnaíba, o vereador Neudo da Itã citou alguns veículos, inclusive este blog e a Rádio Pajeú.
Como já colocado hoje ao vereador com quem sempre dialogamos, o blog e a Rádio Pajeú realizam parcerias institucionais diversas, geralmente para divulgação de informações institucionais de atos de governo, com municípios (Câmaras e prefeituras), estado e União, assim como da iniciativa privada. Tem previsão legal e constituição para abrigar essa finalidade.
Quando presta esses serviços, os ampara em valores de mercado para os padrões regionais, como deve constar nos portais de transparência das entidades e órgãos divulgadores, a disposição de todos.
O blog ou a rádio não vendem linha ou liberdade editorial. A presença de parcerias institucionais não vinculam um ou outra a agentes públicos nem políticos. É essa independência editorial, ouvindo as mais variadas correntes, as notícias em primeira mão e os bastidores da notícia que dão audiência e protagonismo regional.
Essa audiência e protagonismo atraem instituições interessadas em divulgar ações e informações de utilidade pública. A Pajeú é líder de audiência no Médio Pajeú e a média de ouvintes em Carnaíba só perde para Afogados (dados Múltipla). O blog chega a picos de 30 a 50 mil acessos diários. De 500 mil a mais de 1 milhão de acessos por mês. Mo segmento dele, está entre os cinco mais lidos no estado.
A divulgação das informações, como fez o vereador, apenas legitimam essa máxima. Em nenhuma vez nem ele, oposição nem o cidadão foram tolhidos do direito de questionar a gestão em Carnaíba ou quem quer que seja. O mesmo vale pras demais cidades.
Talvez aí resida o problema em parte dos veículos que jogam todos na vala comum. Estabelecem parcerias que praticamente decretam um único lado da verdade. Como Cauê Rodrigues nos meses em que serviu a Nêudo, à oposição e à Câmara, há outros veículos cuja informação só tem um lado.
No campo “busca” do blog, apresentado ao parlamentar, há informações que agradam ou não a Neudo, Gleybson, Anchieta Patriota e tantos outros agentes. Mas o vício de todo político é a unanimidade. Elogia ou mesmo silencia quando agradado, ataca quando confrontado.
Neudo discordou de críticas à sua postura no episódio em que questionou o excesso de homenagens a Zé Dantas e no questionamento feito na Coluna do Domingão de que a oposição erra quando questiona através de um vereador título de cidadão a Danilo Cabral, o que foi colocado como uma descortesia desnecessária.
Sobre o primeiro tema, garante que não criticou Zé Dantas e que na verdade cobrou a falta de apoio do município à cultura. Que como “Terra da Música” deveria valorizar mais seus músicos. Uma crítica justa no seu papel.
Sobre a crítica ao modus operanti da oposição, diz que ela está no seu papel e que, em suas palavras, esse jornalista “não teria direito de criticar” como fez na nota à Coluna.
Uma das prerrogativas do blog é o direito ao contraditório, mesmo quando divirja do que fora colocado. O vereador teve o blog colocado a sua disposição desde 26 de setembro, quando prometeu emitir sua posição.
No mais, nem no blog, cujo titular é quem escreve esse editorial, nem na Rádio Pajeú, onde exerce a função de Gerente Administrativo, há donos ou agentes que imponham sua vontade sobre nossa independência nem de um lado nem de outro, independente de quaisquer outras questões.
Governo tem papel que cabe a governo, oposição, papel que cabe à oposição, sociedade, que elege, bota, tira e avalia, também na missão que lhe cabe, inclusive com direito ao acesso livre e irrestrito a essas informações Portais da Transparência afora. A divulgação só reforça nossa seriedade e não o contrário. E a vida segue.