Dia Internacional da Mulher é marcado por protesto em Afogados da Ingazeira
“Parem de nos matar! Nós somos seres vivos, precisamos ser respeitadas!”, alerta Fátima Silva
Por André Luis
No Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta terça-feira (8), Afogados da Ingazeira vivenciou, por mais um ano, um ato de protesto promovido pelo Fórum das Mulheres do Pajeú.
O repórter da Rádio Pajeú, Marcony Pereira acompanhou a movimentação que foi realizada na Praça Monsenhor Alfredo de Arruda Câmara e conversou com Fátima Silva – uma das coordenadoras do evento.
Ela explicou que uma das bandeiras principais levantadas no protesto é falar e trazer as questões voltadas para as mulheres.
“Principalmente a violência contra as mulheres. Então, num dia como hoje que se celebra o Dia Internacional da Mulher a gente não poderia deixar de fazer alguma ação. Todo ano a gente vem, faz algum evento e esse ano vamos estar aqui na praça num ato simbólico onde estaremos tocando nossas músicas e falando nossas palavras de ordem”, explicou.
Segundo Fátima, o momento também é importante para levantar o debate com relação aos casos de feminicídio que acontecem no Estado e no Brasil. “E aí entendemos que todo dia é dia das mulheres. Mas a gente precisa ter um dia pra reivindicar e dizer: parem de nos matar! Nós somos seres vivos, precisamos ser respeitadas, precisamos estar unidas. Não queremos ser mais que ninguém, queremos respeito”, destacou.
Fátima ainda lembrou que algumas pessoas, às vezes, questionam o porquê de ter um dia exclusivo para as mulheres. “Foi preciso ter esse dia para as pessoas entenderem que as mulheres estavam sendo massacradas. Então, a gente não vive feliz com a questão de ter uma lei que se chama Maria da Penha para defender as mulheres, a gente não se sente feliz em ter uma lei que é contra o feminicídio, uma lei contra a violência psicológica que é uma das violências mais agressivas para as mulheres, não conseguimos identificar tão facilmente essa violência. Então, o Fórum de mulheres do Pajeú não poderia jamais se calar neste dia e aí estamos aqui pra dizer: parem de nos matar! Nos respeite!”, exclamou Fátima.
“Sejam nossos parceiros e parceiras porque a gente precisa viver. Temos tantas coisas a fazer, tanta coisa a contribuir com o nosso país, com o nosso estado e com o nosso município que precisamos estar junto e não é correndo risco tendo medo de falar o que pensamos, sendo quem a gente é. Temos direitos que precisam simplesmente ser respeitados. Essa seria a principal reivindicação aqui hoje”, destacou Fátima.
Após o ato na praça, as mulheres se dirigiram para o Bem Virá, que é um espaço que pertence à ONG Mulher Maravilha. O espaço oferece acolhimento, apoio e cursos profissionalizantes para as mulheres.
Prefeitura – Presente no ato, o vice-prefeito de Afogados da Ingazeira, Daniel Valadares, também falou a reportagem representando o Governo Municipal.
Ele lembrou que a Prefeitura é parceira dos movimentos que lutam pela defesa da mulher no município. “Porque o lugar da mulher, é onde ela quiser e nós que fazemos parte do governo, estamos aqui para dar auxílio para elas chegarem onde quiserem. Não nos mate! Essa é a principal reivindicação das mulheres no dia de hoje”, destacou Daniel lembrando as palavras de Fátima Silva.
“A mulher, ela é forte, ela tem luz própria, tem sua participação em todos os movimentos. Ela tem participação no segmento empresarial, no segmento esportivo, religioso… então, assim, a mulher pode ser o que ela quiser. E os governos municipal, estadual
e federal, tem por obrigação dar todo o apoio que elas precisam para alcançarem os seus objetivos”, afirmou o vice-prefeito.