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Coluna do Domingão

Publicado em Notícias por em 28 de março de 2021

Aos avarentos, miseráveis e maus desse tempo:

A língua portuguesa está empanturrada de adjetivos,  que qualificam, enobrecem ou cumprem a missão contrária,  de desqualificar quem por algum motivo revela-se pelo que tem de ruim.

Dito isso, não é missão fácil qualificar os patéticos seres que, diante das 300 mil mortes por Covid-19 alcançadas esta semana, muitas nas nossas cidades,  tenta desprezar a dor do outro, ignorar os efeitos traumáticos dessa pandemia,  ignorar as tentativas de segurar a disseminação do vírus enquanto a vacina não vem, ignorar e, por exemplo, de propósito não usar máscara para provocar,  politizar a dor, ignorar a ciência,  vilipendiar cadáveres com a própria língua.

Há uma categoria bem definida nesses tempos: os avarentos. No dicionário,  aquele que é obcecado por adquirir e acumular dinheiro. Para quem a vida de um semelhante não vale mais que seu lucro.  Que, ameaçado no seu exercício de acumular,  ameaça.

Claro, esse adjetivo não se aplica genericamente.  Em nossas cidades, há muitos comerciantes e empresários que sofrem com o atual momento, que precisam de suporte institucional e ficam jogados à sorte. Há principalmente vítimas sociais da pandemia que precisam de amparo urgente das autoridades e da atividade econômica.

Mas há sim uma categoria que se coloca em uma posição que expõe sua ganância.  São aqueles que sabidamente conseguiriam vencer essa crise ainda sendo solidários com os mais vulneráveis,  mas espumam ódio,  pelo risco de que uma parte da sobra se perca.

De tão miseráveis, não adianta apelar que mudem. A piedade caberá a Deus.

Pudessem, teriam células adornando a urna funerária no dia da morte tomando rosas. Parecem não saber que um dia, assim como Hominho, o querido bêbado que perambula pelas ruas de uma de nossas cidades,  vão virar o mesmo pó.

Há os imbecis, pelo dicionário,  aqueles que denotam inteligência curta ou possuem pouco juízo, idiotas, tolos. Isso não os isenta,  porque até os idiotas tem alma e arbítrio.

Há tolos que, ao contrário,  pela ignorância são usados, massa de manobra de poderosos,  mas pecam pela bondade que incapacita a revolta.  Os que na onda minimizam a dor de tantos, que ignoram e ridicularizam esse momento, tem o vírus da maldade contaminando o baixo poder de compreensão.

Se há desprovidos de discernimento que sofrem, eles tem alma e piedade, valores que ajudam na hora de escolher um lado. Os imbecis de fato são afetados pelo mal caráter.

Outra categoria envolve os formadores de opinião que levam parte da sociedade a um precipício maior do que estamos metidos.  Eles tem formação,  portanto não são ignorantes,  mas repetem mantras que afetam e induzem os desprovidos e afins a tomada de decisões que alimentam o discurso negacionista.

Nessa categoria há advogados, médicos,  professores,  jornalistas, políticos e outras categorias.  Esses estão entre os mais repugnantes.  Porque colocam seu arbítrio em estado de putrefação para induzir, reproduzir e negar a ciência,  atentar à vida, produzir ainda mais dor e morte, usando como matéria prima o poder de persuasão e intelecto.

São maus na essência, cruéis, perversos, desumanos, vis, insensíveis, desalmados.

Aos avarentos, imbecis, maus e demais categorias, ofereço-lhes a dor de 300 mil almas.

Mas não comemorem agora. Há uma certeza que esperança a alma mesmo transbordante da dor que os tem como corresponsáveis:

Vocês passarão e a história os julgará…

João Teimoso

João Veiga, que já foi até suspenso em redes sociais por defender tratamentos condenados pela maioria dos infectologistas contra Covid, veio à região,  pregou uma hora de negacionismo na Cidade FM, atacou prefeitos e MP pelas medidas restritivas por cinco dos dez dias decretados pelo estado e foi embora.  Às familias dos tantos que mesmo com o tal kit Covid morreram,  nossa solidariedade.

A pergunta

Inteligente,  o ex-prefeito Luciano Duque defendeu Márcia Conrado por não aderir aos cinco dias de restrição que os colegas decretaram em 13 cidades. “Lockdown de cinco dias não existe”, afirmou, baseando-se na ciência.  Mas fosse só essa questão,  porque Conrado não humilhou os colegas ignorantes e decretou sozinha os 15 dias?

Nem uma live…

O Secretário de Cultura e Esportes de Afogados da Ingazeira,  Augusto Martins,  vem sendo cobrado por não sair da cadeira e, como faz nas redes distribuindo mudas de árvores nativas, um belo gesto, se mexer para acudir artistas locais e músicos em dificuldades.  “Três meses e nada”, reclamam músicos à Coluna.

Ameaçados

O prefeito de Itapetim,  Adelmo Moura,  chegou a sofrer nas redes uma ameaça de invasão de sua casa por radicais. Mesmo tom adotado em um áudio de rede social para Sandrinho Palmeira, de um radical que pregava invasão à sua casa como forma de protesto.  “Vamos pra casa dele”, vociferava o extremista.  Nos dois casos, as autoridades foram acionadas.

Pulso de Nicinha 

A prefeita de Tabira, Nicinha Melo,  foi elogiada pelo pulso em não recuar das medidas restritivas,  mesmo com a pressão dos setores do comércio que foram pra cima e dos vereadores. “Teve uma postura firme”, elogiou o promotor Lúcio Luiz de Almeida Neto.

Não é só dinheiro

A CDL de Afogados da Ingazeira teve uma postura humana no debate do fechamento.  Fez críticas,  questionou algumas medidas,  reclamou com razão da fiscalização deficiente nas ruas,  mas afirmou que, mais uma vez e pela vida, recomendaria o cumprimento das medidas.

A nota do povo

O programa Revista da Cultura pediu uma nota de zero a dez para a atuação de Jair Bolsonaro e Paulo Câmara na pandemia.  Após dezenas de participações,  nosso presidente ficou reprovado com média 1,6. Já Câmara estaria em recuperação,  com média 5,2.

O que tem pra segunda

Promotores, prefeitos e Secretários de Saúde tiveram reuniões no sábado para a estratégia de retomada parcial das atividades nos municípios que adotaram medidas mais restritivas,  buscando evitar aglomerações nesta segunda, principalmente em bancos e supermercados.

Frase da semana:  

“Somos incansáveis na luta contra o coronavírus. Essa é a missão e vamos cumpri-la”.

Do presidente Jair Bolsonaro em pronunciamento à nação defendendo agora a vacinação.

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