Título de Cidadão é um carimbo na alma
Não faltou emoção na solenidade para entrega de Títulos de Cidadão, Moções de Aplausos e Medalhas de Honra ao Mérito Orisvaldo Inácio na Câmara de Vereadores de Afogados da Ingazeira.
De nossa parte, claro, muita emoção e gratidão, expressada em um discurso interrompido pelo nervosismo e voz embargada, algumas vezes para referências espontâneas a pessoas que contribuíram com essa história. Aqui vai o texto original:
Um título de cidadão como este que recebo esta manhã tem uma característica diferente dos que costumam ser entregues em outras circunstâncias, aliás não só para mim, como também a outros agraciados. Muitos são os que residem em outras cidades e regiões, mas que por conta da contribuição para Afogados, histórica ou contemporânea, são agraciados.
Mas neste caso específico, boa parte dos que recebem essa homenagem aqui residem, constituíram família, raízes e ações pelo engrandecimento dessa terra. Assim, esse título também pode ser encarado como um carimbo na alma afogadense. Um atestado de autenticidade para quem já é, autenticamente filho dessa terra.
No meu caso particular, se eu for parado dentro do Hospital Geral do Gama, Distrito Federal, onde nasci a 44 anos e um dia, filho de Cleonice Ramos Galindo e Nivaldo Alves Galindo, que foram ao planalto central em busca de oportunidades, e alguém me perguntar: você é de onde? Ouvirá a resposta da alma: sou natural de Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú, Pernambuco.
Posso descrever em detalhes cada canto dessa maravilhosa cidade, mas teria dificuldades de descrever como é a fachada do Hospital que me ouviu chorar pela primeira vez. Assim, não há exemplo melhor da minha condição de fato, e agora de direito, de filho dessa terra.
Aliás, é essa condição que me dá tanta força na luta por dias melhores para Afogados, assim como para a região, nos seus objetivos comuns. Peço desculpas aos que, em determinado momento, possa ter desagradado com uma mensagem mais forte, fruto dessa defesa. Nunca tratei minha profissão como um caminho para valorização ou benefício pessoal.
A cada momento em que usei e uso os microfones da Rádio Pajeú, o faço em defesa de bandeiras que defendo por acreditar, juntamente com um conjunto de pensadores, no que representa o melhor para essa terra.
Não posso estragar por capricho pessoal, a oportunidade que Deus deu àquele menino que foi visto muitas vezes descalço pelas ruas no entorno da Jorge Valadares, Cazuzinha Lopes e finalmente na Rua Três, na Cohab, onde por opção mora até hoje, de tentar fazer uma cidade melhor para os outros Nivaldinhos, como era chamado, que certamente estão espalhados por aí a busca de uma mão que que os puxe, acolha, oportunize, abra caminhos.
Por fim agradeço a Deus, aos vereadores Franklin Nazário e Igor Sá Mariano, que apresentaram esse pedido, a Augusto Martins e Raimundo Lima que o subscreveram e aos demais pares que aprovaram esse título. Aos meus familiares, minha esposa Emanoella , filhos Nívea Victória e Caio Felipe, minha irmão Nívea Cléa, meus pais, Cleonice Ramos e Nivaldo Alves Galindo, cujo amor me moldou como filho e homem, a todos que colaboraram com minha caminhada e aos ouvintes da Rádio Pajeú e leitores do blog, por manterem com sua audiência a vigilância e o norte da minha condução. Muito obrigado!