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Serra: Presidente da Câmara impede manifestação e encerra sessão em Serra Talhada

Publicado em Notícias por em 28 de maio de 2019

Fotos: WhattsApp

Em Serra Talhada, o presidente da Câmara Manoel Enfermeiro aderiu ao famoso dois pesos e duas medidas.

Em uma casa onde vaias, aplausos e toda sorte de manifestação tradicionalmente são respeitados, considerando ser “a Casa do Povo”, onde um presidente raramente invoca o regimento, ao não ser em grandes excessos, o presidente encerrou uma sessão por discordar da linha de atuação do público presente à Casa, formado em sua maioria por apoiadores do PSL e do Presidente Jair Bolsonaro.

A discussão era de uma Moção de Repúdio  013/2019, de autoria do vereador Sinézio Rodrigues (PT). Ela condenava os cortes de 30% na Educação. O alvo, o Presidente Jair Bolsonaro. Algo legítimo por parte do parlamentar, assim como o direito de acompanhar por quem discordava. Um grupo da Direita Serra Talhada foi à Câmara acompanhar.

Rosimério de Cuca defendeu a Moção. Paulo Melo e André Maio a criticaram. O último disse que votou em Bolsonaro e que ele é Presidente de Serra e de todos, no que foi aplaudido. Foi a hora que Manoel Enfermeiro entrou em cena. “Eu peço a vocês mais uma vez. Eu nem quero que vocês aplaude bem nem o mal. Não aplaude. Não. vamo fazer…” Alguém reclama da plateia invocando a liberdade de expressão, mas sem estardalhaço. Manoel: “tá suspensa a sessão, pronto!” E encerra os trabalhos.

 

Ouça Manoel encerrando a sessão. Aparentemente não há motivação ou baderna que justifiquem a decisão:

 

O que incomoda saber é que Manoel invoca a máxima de que, para uns, a lei para outros, a força da lei. Não são poucas as sessões, transmitidas por emissora local e redes sociais em que a população se manifesta e muitas vezes não tem nenhum advertência pelo Presidente da Casa.  No caso, não houve intimidação.

O grupo, apesar das bandeiras polêmicas, muitas com as quais a maioria da população não se identifica, como no caso dos recursos para universidades, não era representado por baderneiros. Muitos tem vida social conhecida, ativa, trabalham e moram em Serra Talhada. Assim, por mais complexo que possa parecer, o Presidente recorreu ao mesmo expediente que sempre condenou: a intolerância e falta de respeito á liberdade de expressão em uma casa que é do povo. Uma pena…

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