O blog e a história: quando a Rádio Pajeú quase teve “filial” em Serra Talhada
O leitor, amante da cultura e da história, Leca Acioly, nos brindou com algumas publicações que mostram aspectos e fatos pouco conhecidos da emissora de rádio pioneira do sertão pernambucano.
A Rádio Pajeú nasceu em 4 de outubro de 1959, por iniciativa de um bispo visionário, Dom João José da Mota e Albuquerque. Nasceu como primeira emissora católica de Pernambuco – a Rádio Olinda seria adquirida pela arquidiocese anos depois – e décima do estado.
Isso explica seu protagonismo no sertão e fora dele. Os registros resgatados do Diário de Pernambuco provam isso com algumas curiosidades.
A Rádio Pajeú chegou a ter escritório comercial no Recife, como anunciou em 1968. Era na Sala 203 da Travessa Marquês do Herval, Edifício Benjamin de Azevedo, 190, Santo Antônio, centro.
Um pouco antes, em 28 de maio de 1967, com menos de oito anos de existência, a Pajeú teve um projeto ambicioso: “Rádio Pajeú vai funcionar com dois transmissores “, era a manchete.
“Segundo a Direção da Rádio Pajeú, esta empresa de radiodifusão fará entrar em funcionamento novo transmissor Phillips e de potência de meio quillowats, que irá substituir à noite as transmissões realizadas, até então, pelo existente. Enquanto isso na cidade de Serra Talhada será montada pequena emissora filiada a esta, a qual terá o mesmo nome “.
O projeto não prosperou e gerou queixas. Serra queria uma rádio para chamar de sua. Pouco tempo depois, a manchete: “População de Serra Talhada faz apelo à Rádio Pajeú “.
A matéria, do correspondente L.Sá Nogueira: “a direção faz um apelo à Rádio Pajeú, localizada em Afogados da Ingazeira, para que solucione o problema da emissora de rádio da cidade, uma vez que a comuna (comunidade) está sendo prejudicada, porque a Rádio Educadora Villa Bela não pode tirar licença do CONTEL para instalar uma emissora em nossa cidade”.
Segue: “A Rádio Pajeú pediu permissão ao CONTEL para instalar uma emissora em nossa cidade. Após a licença nenhuma providência tomou para a instalação da empresa, o que está dificultando a permissão de um grupo de jovens que deseja instalar a Rádio Educadora de Villa Bela”.
O correspondente trouxe também uma cobrança de médicos do Hospital Agamenon Magalhães ao prefeito Luiz Lorena: o do calçamento da Rua Comandante Superior, pois a poeira afetava os enfermos.
Voltando à Rádio Pajeú, ela abortou o sonho de ter um transmissor em Serra Talhada, mas teve influência na cidade até a chegada da Rádio A Voz do Sertão, do grupo Inocêncio Oliveira, já que aquela Educadora Villa Bela não vingou.
Como emissora diocesana, até hoje sonha em ampliar seu sinal para cobertura local na Capital do Xaxado. Quem sabe, falta pouco…