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Empreiteiras pagaram propina a dirigentes da Eletronuclear, diz PF

Publicado em Notícias por em 28 de julho de 2015

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Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) encontraram indícios de pagamentos de propina para dirigentes da Eletronuclear. Eles foram feitos pelo consórcio de empreiteiras Angramon e pela Engevix, que têm contratos com a subsidiária da Eletrobras para obras da usina nuclear de Angra 3, confirmaram as autoridades nesta terça-feira (28), em entrevista em Curitiba.

Segundo o MPF, a Engevix e as empresas que fazem parte do consórcio – Andrade GutierrezOdebrecht,Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão, EBE e Techint – pagaram vantagens indevidas ao então diretor-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro, em contratos de 2009, por meio de empresas intermediárias.

A Polícia Federal e o procurador federal Athayde Ribeiro Costa afirmaram que o dirigente recebeu R$ 4,5 milhões em propina.

Othon da Silva se afastou do cargo em abril deste ano, após as primeiras denúncias de corrupção. Ele foi preso na 16ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta terça-feira. Além dele, a PF deteve Flávio David Barra, presidente global da AG Energia. Os dois estavam no Rio de Janeiro e serão levados para a Superintendência da PF em Curitiba.

Othon da Silva foi preso em casa, e Flávio Barra foi localizado em um flat e preso quando saía dele e entrava num táxi, segundo a PF.  As prisões são temporárias – têm prazo de cinco dias e vencem no sábado (1º).

A Eletronuclear ainda não se pronunciou sobre a prisão do diretor-presidente licenciado. A Andrade Gutierrez afirma, em nota, que está acompanhando a 16ª fase da Lava Jato e que sempre esteve à disposição da Justiça. “Seus advogados estão analisando os termos desta ação da Polícia Federal para se pronunciar”, diz o texto.

O procurador federal disse que a corrupção não está restrita à Petrobras, mas se espalha por outros órgãos da administração pública. “A corrupção no Brasil é endêmica e está em processo de metástase”, afirmou Athayde Ribeiro Costa.

Além do pagamento de propina, a 16ª fase da Lava Jato investiga a formação de cartel e o prévio ajustamento de licitações nas obras de Angra 3. Ela será a terceira usina nuclear do país e está em construção na praia de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ). Terá potência de 1.405 megawatts (MW) e gerará energia suficiente para abastecer Brasília e Belo Horizonte por um ano.

Eletronuclear foi criada em 1997 para operar e construir usinas termonucleares e responde hoje pela geração de cerca de 3% da energia elétrica consumida no país.

A PF cumpre ainda 23 mandados de busca e apreensão e cinco de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. O procurador do MPF disse que os 5 mandados de condução coercitiva são para executivos de empreiteiras envolvidos no esquema.

A atual fase da operação, batizada de “Radioatividade”, foi deflagrada nesta madrugada em Brasília, Rio de Janeiro, Niterói (RJ), São Paulo e Barueri (SP). (G1)

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