Diretor de Clínica de Oncologia diz que luta por credenciamento deve chegar a Paulo Câmara
Município encampou luta pelo credenciamento do serviço. Secretaria de Saúde disse em nota que falta atender exigências. Rogério Brandão nega
O Diretor da Clipheonco, o oncologista Rogério Brandão, rebateu a nota da Secretaria de saúde encaminhada ontem ao blog, em resposta à sua cobrança de celeridade no credenciamento da unidade junto ao Estado.
A nota da Secretaria de Saúde afirmou que em março de 2017, a clínica foi comunicada de que ainda não atende aos critérios exigidos pela portaria ministerial para se tornar uma Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon).
Não possui, no mínimo, dois leitos de terapia intensiva (UTI) habilitados, leitos hospitalares, equipamentos especializados para atendimento aos pacientes com neoplasias, equipe multiprofissional completa e referência para o tratamento de radioterapia, não atendendo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.
Mas, diz o médico e responsável pela clínica, o credenciamento pelo SUS não foi solicitado em nome da Clipheonco e sim nominal ao Hospital São Francisco. E reclama. “Nos últimos anos houve o credenciamento de outros serviços de oncologia no estado” destacando Petrolina, Arcoverde e Garanhuns.
“Nenhum hospital hoje existente reúne 100% das exigências listadas pelo Ministério. A única exceção talvez seja o Hospital Português do Recife, pela grande dimensão desta unidade hospitalar”, acrescenta.
Garante ele que a estrutura que oferecem ao SUS em nada difere – e talvez seja mesmo melhor – que as congêneres de Garanhuns ou Arcoverde. “Os serviços que não dispomos foram terceirizados por acordos realizados principalmente entre os Hospitais São Francisco e São Vicente. Resta a inexistência da radioterapia, disponíveis apenas no Recife e em Caruaru”.
Segundo ele, nem Petrolina nem Arcoverde ou Garanhuns possuem serviços próprios e mesmo assim foram credenciados. “Nosso projeto difere dos demais, pois há uma programação para criação de um serviço de radioterapia, tão logo o projeto seja viabilizado”.
O médico também conversou com o blog por telefone e acrescentou o que dissera na nota. “Sem a iniciação do serviço de oncologia é desenvolvimento da radioterapia, fica difícil atrair outros especialistas em oncologia, como cirurgiões oncológicos, cirurgiões de cabeça e pescoço, mastologistas, cirurgiões pélvicos e outros”. Para ele, sem o apoio da Secretaria de Saúde o projeto não tem como ser realidade.
Ele acrescentou que a vinda do Hospital Regional do Sertão não impede a instalação hoje da oncologia. “Estamos tendo dificuldades de sensibilizar o Dr Iran Costa. Não podemos deixar que um entendimento distinto entre a nossa clínica e outras em cidades do interior prejudique esse projeto. Queremos que as pessoas simples, que tem acesso ao SUD, tenham acesso ao serviço deixando de se descocar por centenas de quilômetros”.
O profissional diz entender que o caminho é fazer a questão chegar ao governador Paulo Câmara. “Uma decisão dele pode destravar um projeto sério e tecnicamente viável, que já poderia estar salvando mais vidas”.