CBF proíbe arquibancadas móveis no Vianão para decisão contra a Ponte Preta
Tratamos na Coluna do Domingão de hoje, que o Afogados Futebol Clube, sensação da Copa do Brasil, sofreu o pão que o diabo amassou e, primeiro, quase perde o direito de sediar o jogo de volta, mesmo com o regulamento da competição permitindo, fruto da pressão da Ponte Preta, com quem decide a vaga a partir da próxima quinta, com a mão da própria CBF.
Agora, sabe que, para poder sediar a partida dia 19, não poderá colocar um lance sequer de arquibancadas móveis, mesmo com todos os laudos necessários. Essa estrutura que foi usada no Pernambucano contra o Santa Cruz foi proibida para o jogo histórico com o Atlético-MG. Torcedores só subiram na estrutura após Delegado do Jogo, Federação Pernambucana e o Comandante do 23º BPM liberarem sua utilização por questões de segurança.
Mas agora, não tem choro, nem vela, muito menos arquibancada móvel. A CBF já mandou avisar: está proibida qualquer estrutura no Estádio Valdemar Viana de Araújo (Vianão) para o jogo decisivo da terceira fase entre Afogados e Ponte Preta dia 19.
“A CBF tem todo o poder. Ela decide. Se quiser barrar, barra”, disse o Presidente do Afogados FC, João Nogueira. Segundo ele, a CBF informou à Federação Pernambucana de Futebol através do Diretor de Competições Murilo Falcão que só haveria a liberação sem arquibancada móvel. Nogueira disse que as usadas nos dois últimos jogos não estão mais no Estádio.
Não houve sequer margem para negociação. Ou aceitava assim ou o jogo sairia de Afogados. “O que disse foi que queria o jogo aqui”. João não criticou a decisão. Respeitou. Não dá pra peitar CBF e FPF às vésperas de uma decisão.
Com isso, a capacidade que poderia ser de até 5 mil lugares não passará de 2 mil, o que cabe na estrutura já pronta no estádio. Assim como no jogo histórico com o Galo, a partida com a Macaca também atrai atenção de toda região. A correria por ingressos será enorme a partir de sexta, 13, principalmente se o jogo de ida for equilibrado, aumentando as chances de classificação da Coruja.
A decisão da CBF mostra, que assim como em outras dimensões, o preconceito contra o Nordeste, principalmente nas cidades menores é realidade.
Mais que isso, apenas a constatação de que no caso em tela, prevalece o que já assistimos em outras dimensões da vida: o olhar desrespeitoso e preconceituoso ao Sertão, de véspera, dificultando, condicionando, até ameaçando.
Foi assim também no jogo com o Atlético, inclusive a partir do olhar dos próprios torcedores e alguns jornalistas ligados à equipe mineira. Ainda bem que, disse Euclides da Cunha, o sertanejo é um forte. Fosse diferente, uma cidade sertaneja de 40 mil habitantes não teria tamanho atrevimento…