Suíça confisca dinheiro de contas em nome de Cunha e familiares
Do Correio Braziliense
O Ministério Público da Suíça confiscou dinheiro em contas bancárias no país europeu em nome do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e dos familiares dele. A informação é de comunicado da Procuradoria Geral da República (PGR), divulgado na noite desta quarta-feira (30/9).
Na Suíça, Cunha é investigado desde abril por corrupção e lavagem de dinheiro. No Brasil, já foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos mesmos crimes. A assessoria do deputado afirmou ao jornal que ele não comentaria o caso. Na segunda-feira, Cunha foi ao Twitter negar qualquer irregularidade.
As informações sobre o caso foram encaminhadas hoje por investigadores suíços à PGR. No STF, Cunha é acusado de embolsar ao menos US$ 5 milhões do lobista do estaleiro Samsung Júlio Camargo, que fechou um negócio de US$ 1,2 bilhão com a Petrobras. O fabricante coreano de embarcações construiu dois navios para a petroleira. Na 13ª Vara Federal de Curitiba, o juiz Sérgio Moro condenou o ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, o lobista Fernando “Baiano” Soares e o próprio Camargo por envolvimento no esquema.
Recuo
Em 12 de março de 2015, Cunha foi categórico ao negar a propriedade de dinheiro no exterior. Nos últimos meses, ele passou a evitar responder a essa pergunta. Na terça-feira (29/9), ele disse que não cairia em “armadilhas”. “Eu não vou cair em armadilhas. Cada detalhe que for falar, de qualquer situação, são detalhes que vão sendo gerados a cada hora mais polêmicas. Eu já desmenti isso ontem, para mim já está desmentido. É só ler o que eu escrevi no Twitter, está desmentido e já foi publicado isso hoje (terça).”
Mas, em 12 de março, logo após sair de uma reunião na CPI da Petrobras em que se defendeu das suspeitas levantadas contra ele numa petição do Ministério Público ao Supremo, Cunha afirmou ao Correio que não tinha conta “de nenhuma natureza” fora do Brasil. A reportagem do jornal questionou-o se ele mantinha recursos em empresas offshores. “Não, eu não tenho nada”, afirmou o deputado, de pronto.
“Se eu não respondi, me perdoe. Foi a ânsia de querer completar tudo. Não tenho nenhum recurso, não sou sócio de nenhuma empresa. Tudo o que tenho está no meu imposto de renda. Se eu não respondi a essa pergunta lá (na CPI) ou passou batido, eu peço desculpas. Mas é claro e textual: tudo o que eu tenho está no meu imposto de renda, declarado à Justiça Eleitoral, não sou sócio de nenhuma offshore, não mantenho conta no exterior de nenhuma natureza”, esquivou-se.