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Sintomas em pacientes leves de Covid persistem em 75% dos casos, diz Unicamp

Publicado em Notícias por em 18 de outubro de 2020

Foto: Reprodução/EPTV

Resultados preliminares mostram também paladar e libido afetados. Neurologista diz que é cedo falar em ‘sequelas’, mas defende que mesmo quem desenvolveu forma mais leve da doença irá precisar de reabilitação.

EPTV e G1

Pesquisadores da Unicamp vão mapear, pelos próximos três anos, alterações causadas pela Covid-19 em pacientes que desenvolveram quadros considerados leves da doença. Um resultado preliminar do estudo com dados de 200 dos 1 mil voluntários mostra que, em 75% dos casos, os sintomas persistiram mesmo quando o diagnóstico havia sido feito há mais de dois meses. Entre os principais problemas relatados estão fadiga, dor de cabeça, alteração da memória e perda de olfato.

Para a neurologista Clarissa Yasuda, coordenadora da pesquisa, os dados sugerem que mesmo pacientes que não precisaram de internação após o diagnóstico da doença causada pelo novo coronavírus terão de passar por reabilitação.

“O sistema de saúde vai ter de se adaptar, a poder receber e ajudar essas pessoas que estão sofrendo tanto quanto os mais graves. As limitações de trabalho e de vida diária são bem intensas”, diz.

Sintomas que mais persistem, segundo entrevistados da pesquisa: Fadiga: 40%; Dor de cabeça: 20%; Alteração de memória: 20% e Alteração de paladar: 15%.

Para o trabalho, os pesquisadores do Departamento de Neurologia da Universidade Estadual de Campinas (SP) realizam uma bateria de exames, que inclui testes laboratoriais e de imagem, como ressonância magnética, além de questionário com os sintomas.

Segundo Clarissa, foram identificadas alterações cerebrais, com maior impacto na conectividade cerebral. Apesar isso, a coordenadora considera cedo tratar as mudanças e sintomas relatados como sequelas da Covid-19.

“Eu acho que sequela é muito forte, dá impressão que isso não vai passar, que é para sempre. Que eles estão muito sintomáticos e se queixam de várias coisas ao mesmo tempo, isso é fato. Quanto tempo isso vai durar, só o tempo pra gente dizer e só estudando para a gente saber”, diz.

“Se as alterações cerebrais são passageiras ou permanentes, também eu preciso repetir isso daqui um tempo, fazer os mesmos testes, e ver se isso sumiu”, complementa a cientista.

Sintomas

O encanador Milton Crispino Teixeira, de 43 anos, é um dos voluntários da pesquisa realizada pela Unicamp, e considera o trabalho importante não só para esclarecer suas dúvidas e problemas, mas para que outras pessoas entendam o impacto da doença.

Mesmo recuperado há mais de um mês, sofre com o cansaço e as dores, os principais sintomas relatados pelos voluntários da pesquisa.

“Dor de cabeça forte, dor nas pernas, principalmente na perna esquerda. Principalmente quando vai subir escadas”, conta Milton.

A relação de queixas, no entanto, é ainda maior. Em alguns casos, pacientes relataram, inclusive, alteração de libido.

“Eles se queixam principalmente de dor de cabeça, fadiga, estão se queixando muito de alteração de memória, dificuldade de fazer atividade que fazia anteriormente, e também alguns deles se queixam de alteração de olfato, de paladar, e além disso tem uma série de outras queixas menos frequentes, incluindo, por exemplo, alteração de libido”, relata Clarissa.

Para o trabalho, a Unicamp mantém o recrutamento de voluntários. Os interessados podem entrar em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (19) 9-9768-7517 (WhatsApp).

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