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Pesquisadores do Pajeú desenvolvem repelente natural contra o Aedes

Publicado em Notícias por em 19 de dezembro de 2015
Djalma Marques é pesquisador aposentado da Fiocruz (Foto: Reprodução/TV Globo)

Djalma Marques é pesquisador aposentado da
Fiocruz. informações e fotos: G1/TV Globo

Produto que usou por base experiência indígena pode ser usado em grávidas e em recém-nascidos

A partir de uma necessidade familiar, o casal formado pelo pesquisador e dermatologista Djalma Marques e pela engenheira química Fátima Fonseca criaram um produto capaz de repelir o mosquito transmissor da dengue, da chikungunya e do zika vírus, sem ferir os princípios naturalistas adotados pela família desde a década de 1980. A fórmula, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pode ser usada por grávidas e bebês e já está sendo comercializada. A notícia é  destaque na imprensa do Estado e deve ganhar logo o noticiário nacional.

Djalma e Fátima são do Pajeú. Ele também ganhou notoriedade por seu talento como violonista, com atuação por muitos anos na Espanha. Djalma nasceu em Tabira e foi radiccado em Afogados da Ingazeira, onde morou boa parte da vida. Fátima é afogadense, irmã de Magno e Augusto Martins.

Além de proteger os filhos contra os mosquitos do bairro de Aldeia, próxima à casa da família, no município de Camaragibe, o repelente, feito à base de óleos naturais, tem chamado a atenção de farmácias de Pernambuco , devido à preocupação com as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

Pesquisador aposentado da Fiocruz, Djalma iniciou as pesquisas para a criação do repelente em 2008. “Meus filhos, quando pequenos, entravam na mata e muitas vezes voltavam picados por mosquitos. Não queríamos usar os repelentes que já existiam no mercado porque nossa família tem uma tradição de consumir coisas naturais e esses produtos contêm substâncias mutagênicas, capazes de gerar mutações nas células da pele”, explica.

Para não fugir das práticas naturais, o objetivo era criar um produto que afastasse os mosquitos sem nenhum tipo de aditivo químico como o deet, substância tóxica comum entre os repelentes do mercado e proibida em alguns países. “Nas nossas pesquisas, descobrimos que algumas comunidades indígenas criam óleos para se proteger das picadas de mosquitos”, afirma.

20151218104141A partir do material coletado com os índios, os pesquisadores verificaram a eficácia dos óleos para criarem o próprio produto. Depois de testes feitos em casa com recursos financeiros próprios, o projeto foi enviado e aprovado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Com a aprovação da ideia, os pesquisadores receberam ajuda da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) no valor de R$ 4 milhões.

Finalizada em 2014, a pesquisa resultou na criação de um produto que mistura óleos essenciais de plantas como alecrim, cravo, citronela e andiroba. Além da isenção de compostos químicos, o produto contém probióticos, micro-organismos que repõem substâncias da pele perdidas durante o banho com sabonetes comuns.

Além da proteção contra o Aedes aegypti, o repelente também protege a pele dos mosquitos transmissores de malária e filariose. “Apesar de ainda não estar cientificamente comprovado, alguns usuários da África relataram a eficácia contra outros mosquitos que não existem no Brasil”. Segundo o pesquisador, não há contraindicações para uso de repelente. “Pode ser usado em grávidas e em recém-nascidos”, afirma.

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