Morre o cantor e compositor Expedito Baracho
Morreu na manhã deste sábado, em Olinda, o compositor e seresteiro pernambucano Expedito Baracho. Aos 82 anos, o cantor estava internado deste a última quinta-feira após sofrer um mal súbito.
Quando era criança, Expedito Baracho costumava se balançar, cantando, em uma das redes de sua casa e sonhava com o dia em que iria se tornar uma estrela do rádio. Essa vontade inata de trabalhar com música é uma das memórias mais fortes do cantor.
Conhecido por ser um dos divulgadores mais fieis do frevo pernambucano, Baracho foi um dos que gravou com maior intensidade músicas de Nelson Ferreira e Capiba.
Embora tenha nascido em Jurucutu, no Rio Grande do Norte, em 1935, foi em Pernambuco, para onde se mudou aos 13 anos, que Baracho materializou seu desejo de infância, quando também aprendeu a tocar violão. No ano seguinte, já instalado em Olinda, tomou coragem e se inscreveu em um festival de calouros de um programa da Rádio Clube. Ganhou quatro edições seguidas e foi chamado para ser crooner, ou vocalista, da Jazz Band Acadêmica, fundada por Capiba. “Eu tinha de cantar qualquer estilo: baião, xote, foxtrote”.
A partir daí, a carreira deslanchou: assinou contrato de seis anos com a Rádio Jornal, entre 1954 e 1960, e depois partiu para São Paulo, onde ficou por três anos e assinou contrato com a gravadora RGE. “Lá, me deram outros nomes artísticos: Paulo Ricardo e Pedro Gerimum. Depois, cantei na noite e conheci pessoas como Jair Rodrigues, quando ele ainda nem tinha nada gravado. Eu já dizia, na época, que ele tinha de cantar samba”.
Governador emitiu nota: o governador Paulo Câmara lamentou seu falecimento. “Perdemos uma das maiores vozes da música popular brasileira com a morte de Expedito Baracho. Pernambucano por adoção, o potiguar teve uma longa e produtiva produção artística, seja interpretando clássicos do frevo ou músicas românticas.
Baracho foi referência para várias gerações de músicos pernambucanos. Meus sinceros sentimentos solidariedade aos seus familiares e amigos”.