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Exploração ilegal de saibro ameaça Serra da Matinha, patrimônio ambiental e área de preservação definida pela CPRH

Publicado em Notícias por em 4 de março de 2015

Área de  proteção ambiental definida pela Secretaria de Recursos Hídricos e CPRH, a Serra da Matinha, importante área do município de Carnaíba, corre sérios riscos e já tem boa parte de sua área desmatada por retirada excessiva de saibro. É o que revela relatório do Conselho Municipal em Defesa do Meio Ambiente e DIACONIA a que o blog teve acesso com exclusividade. O relatório mostra que falta ação das autoridades e que a definição como área de proteção ambiental não quer dizer muito.

Segundo o levantamento, a retirada excessiva de saibro (areia) na serra da Matinha é uma situação ainda mais complexa do que se possa imaginar, tendo em vista que se trata de uma área em estudo para tornar-se Unidade de Conservação- UC pelo estado de Pernambuco. A área em questão é motivo de sérias preocupações, uma vez que a constante retirada de areia tem ocasionado graves erosões.

Por satélite, já é possível identificar a área desmatada por extração de saibro. No entorno, ação imobiliária já descaracteriza vegetação no entorno da Serra da Matinha

Por satélite, já é possível identificar a área desmatada por extração de saibro. No entorno, ação imobiliária já descaracteriza vegetação no entorno da Serra da Matinha. Foto do relatório encaminhado pelo Condema às autoridades

Redução ou destruição de hábitat, afugentamento da fauna, morte de espécimes da fauna e da flora terrestres, incluindo eventuais espécies em extinção, são parte da ameaça a que está submetido o paraíso sertanejo, cuja exploração como polo de turismo rural jamais saiu do papel por ação das autoridades. Pelo contrário, ocupação imobiliária desordenada e exploração de saibro dão à comunidade potencial possibilidade de fim dessa perspectiva de atividade econômica.

As imagens extraídas através do Google Earth da Matinha, mostram o quanto a área já está degradada. Demonstra a dimensão do desmatamento e extração do saibro da comunidade, aos pés da serra, marco ambiental da comunidade.

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Mais gritantes são as imagens do local onde há a  extração, registradas pelo Conselho Municipal em Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA) de Carnaíba em parceria com a Diaconia em julho de 2014, para realização de um Diagnóstico dos principais problemas Ambientais do município.

O quadro, mais de seis meses depois, deve ser bem pior. O Conselho levantou ainda que o proprietário da área não tem se sensibilizado com a dimensão que a extração de saibro tem tomado, com base nas imagens. Como em outras situações similares, tem usado a velha máxima de que “a terra é dele e faz dela o que quer”.

Na foto do relatório, uma pessoa da comunidade ergue os braços dentro da cratera aberta pela exploração, dando dimensão do tamanho do desmatamento

Na foto do relatório, uma pessoa da comunidade ergue os braços dentro da cratera aberta pela exploração, dando dimensão do tamanho do desmatamento

Recentemente, a Diocese de Afogados da Ingazeira começou a encampar uma campanha contra a exploração ilegal de madeira e bens ambientais das comunidades no Pajeú e deu como exemplo a comunidade. O relatório foi encaminhado a CPRH e Secretaria do Meio Ambiente. Espera-se ação também do MP e outras autoridades, antes que seja tarde.

Segundo Katia Santos, Diretora do Meio Ambiente e Presidente do CONDEMA, o relatório está pronto para ser entregue ao MP e CPRH. Ela relata que a Agência Estadual de Meio Ambiente já foi notificada do caso. “Infelizmente, até agora sem resultado”, lamenta.

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