Entenda porque Paulo Câmara foi escolhido candidato ao governo de Pernambuco
do Diário de Pernambuco
Ele é militante socialista desde 1992. Esteve ao lado do governador Eduardo Campos (PSB) já na campanha desse para a Prefeitura do Recife em 1992, quando o hoje aliado Jarbas Vasconcelos (PMDB) foi eleito. De lá para cá, participou de todas as campanhas majoritárias encabeçadas pelo PSB e está no governo de Pernambuco desde 2007. Apesar de ter assumido nos últimos sete anos papéis importantes para o equilíbrio das relações governo/servidores e das finanças, Paulo Câmara ainda é, para a população pernambucana, um nobre desconhecido.
Nobre, pelo menos, é como Câmara é visto nos bastidores do governo e do partido, ao qual se filiou apenas em outubro de 2013, no finalzinho do prazo estipulado pela Justiça Eleitoral para os que desejavam participar do pleito deste ano. Um dos primeiros sinais de que acabava de entrar na lista de possíveis candidatos à sucessão de Eduardo.
E essa “nobreza”, comentada por socialistas, vem do perfil de homem recatado mas que apresenta “alto nível intelectual e político”, como afirmou uma liderança do PSB nacional. “Paulo Câmara é, na realidade, aquele tipo que a gente chama de politizado, mas que nunca fez o papel de militante no sentido tradicional, que é o de estar sempre conversando com as bases e visitando comunidades e eleitores nos finais de semana”, disse um integrante do governo.
A distância das bases, dos eleitores e o fato de não circular nos meios empresariais e sociais, fundamental para qualquer político que tenha pretensões eleitorais, é o principal motivo de Paulo Câmara ser hoje um desconhecido, ainda um pré-candidato invisível. Até porque, apesar das funções estratégicas que assumiu até agora no governo Eduardo, só esteve por um ano numa secretaria-fim: a de Turismo, quando assumiu o posto para apagar um incêndio provocado pelas denúncias de um suposto superfaturamento em contratos de artistas pela Setur-PE, na gestão do deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB).
Atuação
A sua maior contribuição ao governo veio através de secretarias- meio, como Administração, onde instituiu o calendário de pagamento semestral e o programa de recadastramento, e Fazenda, onde carrega a responsabilidade sobre todas as contas do estado e prova ser alguém da extrema confiança do governador.
Com o lançamento de seu nome para a disputa ao governo do estado deste ano, Paulo Câmara terá que sair de sua zona de conforto e ganhar as ruas. E o PSB, especialmente o governador Eduardo Campos, terá como uma das maiores tarefas tornar visível o nobre recatado intelectual. Afinal, é o eleitor quem vai fazer a pergunta que não cala em épocas como essa: em quem é que eu vou votar?