Opinião: o possível retorno de “Zé da Saúde”
Por João Carlos Rocha*
Os bastidores políticos de São José do Egito fervem com a proximidade de mais uma disputa eleitoral no âmbito municipal. Estratégias estão sendo traçadas e os principais nomes da cena local já preparam suas chapas.
Numa eleição marcada pelo disse me disse – na verdade parece mais novela mexicana – o pleito pode ser decisivo para o futuro político do ex-prefeito e ex-deputado Zé Marcos.
Afastado de disputas diretas há mais de dez anos, ele se prepara para concorrer novamente ao cargo de prefeito. De perfil forte, o “Zé da Saúde” – assim também conhecido por ter se dedicado em atuar auxiliando quem precisava de cuidados médicos e hospitalares – se manteve presente no município nos últimos anos fazendo oposição ao prefeito Evandro Valadares e ao seu grupo. Mesmo fragilizado, em decorrência de perdas políticas que sofreu ao longo dos últimos anos, Zé Marcos não pode ser subestimado e deve chegar em condições competitivas no período eleitoral deste ano.
Já o prefeito Evandro Valadares chega muito mal ao último ano de sua quarta passagem pelo comando da prefeitura de São José do Egito. Administração mal avaliada perante a opinião pública e incompetente no trato com a classe política, o prefeito tem como principal missão manter o prumo da gestão, sem esquecer das costuras e articulações que deverão acontecer até o próximo mês de outubro. Valadares não conta com a parceria fundamental de seus familiares e de seu grupo político que, fragmentado, não conseguiu ainda indicar um possível sucessor do atual grupo situacionista.
Enquanto isso, Zé Marcos enfrenta uma verdadeira “sinuca de bico”. Ainda não oficializou seu futuro eleitoral para este ano. Ele tem um passado recente de disputas eleitorais expressivas. Político experiente, tem em seu currículo os mandatos de vereador, prefeito, deputado estadual (três mandatos), tendo sido primeiro secretário e depois presidente da Alepe (Assembleia Legislativa de Pernambuco), o que garantiu assumir o Governo do Estado interinamente por três vezes.
Zé Marcos corre o risco de ter toda a sua história ofuscada caso a oposição na eleição deste ano prefira ir por um caminho tortuoso, ou seja, sair dividida. Temo que a oposição saia da eleição deste ano menor do que entrou na política egipciense. Seus líderes têm que ter cautela, muito juízo, para não serem esmagados pelo grupo do prefeito, pois só a união da oposição fará mudar esse domínio de quatro mandatos do grupo de Evandro Valadares.
*João Carlos Rocha é jornalista. A opinião é de inteira responsabilidade do autor.