Michel Temer diz que o Governo está "tranquilíssimo"
do Diário de Pernambuco
O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), disse nesta segunda-feira não acreditar que a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, possa ter um impacto representativo sobre obras de infraestrutura no país. “Uma é o combate aos ilícitos que eventualmente tenham sido praticados e outra coisa é a ação da iniciativa privada junto ao governo. As empresas continuarão a trabalhar independentemente do que venha a acontecer a seus diretores”, disse Temer a jornalistas.
Na sexta-feira (14), em nova fase da operação, a PF prendeu pessoas ligadas a nove das maiores empreiteiras brasileiras, suspeitas de pagar propina no suposto esquema de lavagem de dinheiro na Petrobras. O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que já defendeu políticos como o senador José Sarney (PMDB-AP), disse no fim de semana que caso as empreiteiras sejam declaradas inidôneas haveria o risco de se paralisar o País. Temer ressalvou não ser especialista no tema, mas disse não acreditar na possibilidade de a investigação ter esse tipo de impacto.
Michel Temer reiterou que o PMDB, partido que preside, não teve participação institucional no possível esquema de corrupção envolvendo a estatal. Ele negou que houvesse um operador da legenda coordenando desvios, apontado pelas denúncias até aqui como Fernando Soares, o Fernando Baiano. “Nós do PMDB, institucionalmente, não conhecemos esse cidadão, não temos contato com ele. Institucionalmente não há nada. O que pode haver é um contato eventual de um ou integrante do PMDB, mas não do partido.” Temer também reforçou a mensagem de que todas as doações, inclusive de empreiteiras, foram feitas de forma regular às campanhas do partido. “Já disse em nota, reitero aqui que as contribuições que vieram para o PMDB vieram pela via institucional e as contas foram prestadas regularmente”, afirmou.