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Memória do blog: 13 de agosto de 2014, o dia que não terminou 

Publicado em Notícias por em 13 de agosto de 2015

Há exatamente um ano, brasileiros olhavam para os portais de internet e viam em meio a tantas notícias uma sub-manchete narrando a queda de um helicóptero em Santos. Até então, um fato que nos levava a pensar nas vítimas, mas relativamente comum diante de notícias similares no nosso cotidiano.

Cerca de uma hora depois, começava o rebuliço nas redações de tevês, rádios, internet e jornais do país. Não era helicóptero e dentro da aeronave estava o presidenciável Eduardo Campos mais assessores de sua campanha, piloto e có-piloto.

Quis o destino que o episódio ocorresse horas depois da primeira grande aparição pública de Eduardo como candidato a Presidente, naquele JN que ficou marcado pela frase que estamparia camisas em sua homenagem: “não vamos desistir do Brasil”.

Lembro como hoje como recebi a notícia, verdadeiramente impactante quando todos lembram onde estavam quando ela chegou. No meu caso, me preparava para ir a Carnaíba, onde haveria uma transmissão esportiva, a serviço da Rádio Pajeú. Joselita Amador, da nossa equipe, informava que a Record dava a notícia de que Eduardo estava no avião.

Eram 12h35 e de imediato liguei para a Pajeú de casa mesmo para um plantão.  É isso que faz o meio rádio tão fantástico. Nenhuma outra plataforma prenderia o ouvinte improvisando dadas as circunstâncias.

Do telefone, transmitia as sonoras e narração que via nas redes de tv pagas e abertas. Com laptop acompanhava as atualizações do fato e ia intercalando a transmissão com meus comentários sobre o episódio.

Quinze minutos depois, a confirmação da morte de Eduardo e de todos os ocupantes da aeronave. Dissipava-se entretanto a notícia da presença da esposa Renata e do filho Miguel no vôo.

Não pensei duas vezes: voltei pro estúdio e a partir dali iniciamos uma cobertura diferente de tantas outras. Mesmo que de forma trágica, a história estava passando na frente dos nossos olhos. Descrevê-la, narrá-lá, era um misto de perplexidade e de exercício de sua missão em um momento em que ela deixou de ser apenas importante: era imprescindível para a sociedade.

Nesses fatos, você não vê o tempo passar. Outro desafio era em um episódio envolvendo alguém tão intenso e de fato diferenciado como Eduardo, ser profissional, não se deixar envolver pela comoção popular. Basta dizer que naquele dia, não havia divisão entre os que gostavam ou não do ex-governador: todos estavam de alguma forma chocados. Hoje, um ano depois, não sei responder se consegui. O que tenho como lembrança é que me permiti contagiar como jornalista pelo ser humano na crônica  sobre a relação de Eduardo e Arraes com Afogados e o Sertão. No mais, tentei descrever os fatos e deixar que a emoção ficassem para os relatos de quem era colocado no ar na Pajeú ou enviava notas de pesar à redação do blog.

Naqueles dias de agosto, cheguei a imaginar que a intensa cobertura da morte de Eduardo terminaria no domingo de seu sepultamento, quatro dias depois. Ingenuidade ou devaneio momentâneo, fruto do cansaço daquela jornada.

Hoje, faz um ano que eu era um dos profissionais a anunciar a morte de Eduardo Campos. Hoje, aquele 13 de agosto de 2014 ainda não acabou…

Relembre abaixo o plantão da Pajeú naquele 13 de agosto:

 

Clique aqui e veja arquivo de agosto de 2014 no blog, a partir do registro de imagens do sepultamento de Eduardo Campos:

Clique na imagem abaixo e veja a nota que anunciou a morte de Eduardo Campos

Morre Eduardo Campos

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