João de Maria alega pandemia e delibera sessão semipresencial para favorecer voto de “sequestrados”
O Presidente João de Maria continua sua estratégia para ser reeleito presidente da Câmara de São José do Egito. E não tem tido nenhuma preocupação com a repercussão disso.
Depois de articular a ida dos seus apoiadores para um imóvel no litoral, em lugar incerto e não sabido, numa estratégia apelidada de “sequestro”, por manter os pares incomunicáveis, como em um cativeiro, ele agora editou duas medidas que evitam a necessidade de que o voto seja presencial.
Na Portaria 004/202, ele definiu que, em virtude da pandemia de Covid-19, ficam instituídas sessões semipresenciais. Os vereadores poderão participar da sessão presencial ou virtualmente. Com isso, os mantidos em “cativeiro legislativo”, poderão votar desse local sem necessidade de serem interpelados. A medida visa evitar viradas de votos até o dia da eleição.
E a única Câmara da qual se tem conhecimento no Brasil a aditar essa medida nesse período. Mesmo a última variante da Covid que teve um recente aumento de casos, arrefeceu.
Ele também decidiu via ofício marcar a sessão extraordinária que será marcada pela definição das regras e diretrizes da eleição para quinta, 15 de dezembro, às 16h. “É fazer o povo de besta. Imagine a cena. cada um em um celular, na beira da piscina, dando seu voto sem precisar vir. Arrumaram uma forma de, mesmo sequestrados, participarem da votação alegando a pandemia”, disse o vereador Vicente de Vevéi, do PSB.
A Coluna do Domingão destacou que em São José do Egito, a negociação chegou a outro nível. Na terra que se orgulha de seus poetas e cantadores, a decência política vai se deteriorando a cada debate. Foi na cidade que a população começou a cunhar a expressão “sequestrado” para adaptá -la à política. Na Capital da Poesia, “sequestrados” é como são chamados os vereadores governistas que se alinharam à reeleição de João de Maria.
Isso porque para evitar cooptação de pessoas próximas ao prefeito Evandro Valadares – João de Maria faz oposição à sua gestão por exemplo engavetando um projeto de reforma da previdência – os vereadores são obrigados a uma “reclusão voluntária”. São levados para um imóvel no litoral e ficam quase incomunicáveis. Até o telefone que toca é vistoriado.
Daí a comparação com sequestrados, como se estivessem em um cativeiro, incomunicáveis com a sociedade. “São obrigados a só aparecer na cidade no dia da votação”, revelou o vereador Vicente de Vevéi, que não comunga da prática e a taxa de um tapa na cara da população da cidade.
Imagine o que, além do cativeiro mobiliado com café, almoço e janta deve ter sido oferecido para que se submetessem a essa condição, impedidos até da despedida ao colega Flávio Jucá, morto de infarto há uma semana.