Eduardo, João Lyra e as mexidas no governo estadual
do JC Online
O governador Eduardo Campos (PSB) inicia 2014 preparando o terreno para sua despedida do governo, agendada por ele mesmo para 4 de abril, último dia previsto por lei para que os candidatos do pleito de outubro se desincompatibilizem de cargos públicos. O socialista quer disputar o Palácio do Planalto. Nesta quinta-feira (2), no primeiro ato administrativo do ano, está previsto o anúncio de novos nomes para o secretariado.
Até as 20h desta quarta (1°), os nomes indicados para a gestão não estavam todos fechados, pois o governador e o vice, João Lyra Neto (PSB), tiveram dificuldades em fazer alguns contatos durante os últimos dias. Eles ainda iriam acertar alguns detalhes na noite.
Eduardo deixará para o seu sucessor uma equipe bem diferente da que iniciou a gestão, em 2007, tendo reduzido de 28 para 23 o número de pastas. A mudança foi anunciada em novembro durante entrevista ao Programa do Jô, na Rede Globo, no momento em que o presidenciável apontou uma quantidade grande de ministérios na gestão Dilma Rousseff (PT), 39.
Além da reorganização da estrutura, a base aliada socialista contará agora com o PSDB, que assumirá os cargos deixados pelo PTB desde que o partido decidiu se descolar de Eduardo Campos por causa da candidatura ao Palácio das Princesas do senador Armando Monteiro Neto.
Um dos nomes tucanos cotados é o de Murilo Guerra, que pode assumir a Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo. Guerra foi superintendente do Sebrae em Pernambuco e tem experiência na área. Inicialmente, foi cogitada a indicação de Evandro Avelar, mas o nome é descartado nas hostes socialistas. Também poderá integrar a gestão o secretário de Saúde de Camaragibe, Caio Mello.
A adesão do PSDB, entretanto, não é completa. Deputados estaduais tucanos, que foram eleitos para fazer oposição, já avisaram que vão manter o posicionamento crítico.
O novo estafe do governo terá como um dos principais nomes o ex-presidente da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) João Bosco de Almeida, que assumirá a forte estrutura da Secretaria de Infraestrutura. A pasta abrigará as então secretarias de Transportes e de Recursos Hídricos e Energéticos e representará o segundo maior orçamento do governo, atrás somente da Saúde. Os atuais titulares das pastas que serão incorporadas devem ficar como secretários-executivos.