Argentina vota neste domingo em eleições que encerram a era Kirchner
Depois de 12 anos de kirchnerismo, iniciado pelo falecido Néstor Kirchner em 2003 e levado adiante por sua esposa, Cristina Kirchner, em 2007, a Argentina vota neste domingo (25) para eleger um novo presidente. Mais de 32 milhões de pessoas devem comparecer às urnas em uma eleição marcada pela incógnita sobre a possibilidade de segundo turno.
Segundo pesquisa de opinião da consultoria Management & Fit, divulgada na última semana pelo jornal “El Calrín”, o candidato favorito Daniel Scioli, que tem o apoio da presidente Cristina Kirchner, tem 34,3% das intenções de votos, enquanto Mauricio Macri aparece com 25,1% e Sergio Massa com 17,1%. Com a distribuição da intenção de votos dos indecisos, no entanto, os índices sobem para, respectivamente, 38,3%, 29,2% e 21%.
A lei eleitoral na Argentina estabelece que para conquistar a presidência é necessário obter mais de 45% dos votos ou 40% com uma vantagem de 10 pontos sobre o segundo colocado. As últimas pesquisas não permitem prever com segurança qual será o resultado.
“Estamos indefinidos por décimos”, disseram à agência France Presse os especialistas em pesquisas Ricardo Rouvier e Mariel Fornoni. Caso Scioli tenha dificuldade de alcançar 40%, os dois preveem uma “noite de apuração longa e possivelmente complexa, mas não violenta”.
Outros três candidatos disputam a presidência com poucas chances, segundo as pesquisas: Margarita Stolbizer (Progressistas), única mulher a disputar a presidência nestas eleições; Nicolás del Caño (Frente de Esquerda) e o ex-presidente interino (em 2001) Adolfo Rodríguez Saá (Peronismo Federal).
Além do presidente e do vice-presidente, os argentinos devem escolher deputados nacionais e parlamentares para o Mercosul. Onze províncias também definirão governadores e outros cargos, tudo em apenas uma cédula.
As urnas abrirão às 8h locais (9h, pelo horário de Brasília) e fecham às 18h (19, em Brasília). A Direção Nacional Eleitoral divulgará os primeiros resultados a partir das 23h locais (0h, de segunda-feira em Brasília), mas a contagem final pode demorar até uma semana.
Inflação elevada, estagnação da economia, pobreza e segurança são alguns dos principais problemas que deverá enfrentar o próximo presidente da Argentinax, segundo análise da agência Reuters.