Agricultores de Serra Talhada começam a cultivar o algodão aroeira
Foi só começar a caírem as primeiras chuvas, os relâmpagos rasgarem o céu e os trovões “pipocarem” nas serras que o sertanejo abriu um largo sorriso e correu para o campo para semear as sementes que podem garantir a safra deste ano.
Depois de três anos de inverno “minguado”, os agricultores sertanejos aguardam ansiosos por um bom período de chuva. Com ela vem a certeza de melhores dias para toda sua família, é a fartura tão esperada, com os produtos dos seus roçados garantem alimentação de todos e, o excedente se transforma em renda para as outras necessidades.
O ano passado a Secretaria apostou em um projeto que pode ser a redenção da zona rural, trata-se do projeto “Algodão Aroeira”, que pretende devolver ao município a condição de grande produtor de algodão do Estado, posição que Serra Talhada, até o início dos aos 80, ocupou o primeiro lugar.
O algodão foi responsável pelo grande desenvolvimento econômico do município, no entanto, com o advento da “praga do bicudo”, inseto que ataca a floração da planta, tornou-se inviável e toda plantação foi dizimada.
Apesar de não se ter encontrado nenhum meio de acabar com o inseto, foram desenvolvidas técnicas de convívio, através da produção de algodão orgânico que é plantado consorciado com outras culturas como milho e feijão, este consorciamento cria uma barreira que impede a proliferação do bicudo pela plantação.
Mesmo com a seca que abateu-se sobre a região, a Prefeitura de Serra Talhada patrocinou o cultivo de 1 hectare do algodão aroeira e o resultado surpreendeu pois, apesar das adversidades foram colhidos 800 quilos de pluma e 500 quilos de sementes, estas sementes agora estão servindo como base para continuação do projeto e, agora com a chegada das chuvas, os agricultores que se cadastraram no projeto já semearam suas sementes. Dos 50 cadastrados, 45 já plantaram o algodão e nestes próximos dias já poderão ver seus campos germinarem de esperança.
Segundo o secretario de Agricultura, José Pereira, serão cultivados 50 hectares ao todo, o que significa uma produção de mais ou menos 80 toneladas. “É um grande salto, vamos passar de 800 quilos para 80 toneladas, isso é muito promissor, queremos acreditar que o algodão volte a ser a grande redenção das famílias do campo”, disse ele.